Bolívia “jamais pensou” em cortar fornecimento de gás ao Brasil, diz Morales

O presidente boliviano, Evo Morales, garantiu que a Bolívia "jamais pensou" em cortar o fornecimento de gás para o Brasil. "O Brasil vai continuar aproveitando o gás boliviano. Alguns meios de comunicação querem nos levar

O presidente boliviano disse que havia conversado com Lula e que aguardava novo telefonema para marcarem um encontro. Às 19 horas, entretanto, a Assessoria de Imprensa e Porta Voz da Presidência da República divulgou nota dizendo que a reunião entre os dois presidentes acontecerá na quinta-feira (4), em Foz do Iguaçu.

Embora disposto ao diálogo, Morales enfatizou que qualquer país deve tomar suas decisões de forma soberana, em resposta à crítica do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, de que a nacionalização dos recursos naturais era uma medida "inamistosa e inesperada". "Qualquer presidente faria o mesmo que fiz. Não há porque consultar, não há porque negociar quando se tem que decidir soberanamente sobre seus recursos naturais", afirmou.

Morales disse que vai manter diálogo com todas as empresas que quiserem ser sócias do governo boliviano e que queiram ajudar o país a sair da sair da crise econômica. "É importante o diálogo, mas não se modifica o decreto", destacou. "Qualquer empresa estatal ou privada que vier a Bolívia terá que respeitar as leis bolivianas". A nacionalização, segundo ele, é a forma de "respeitar as leis bolivianas".

O presidente boliviano também negou as versões de que a Bolívia irá confiscar os ativos das empresas transnacionais petroleiras. “Não há expropriação dos bens. O controle absoluto corresponde ao Estado boliviano e os bens continuarão sendo das empresas petroleiras, só que não será como antes que eles ganhavam 82% enquanto que a Bolívia ficava com 18 ou 13%”, explicou.

 

Morales, que na segunda-feira completou cem dias à frente do governo, advertiu que a Bolívia não voltará a ser um “Estado mendigo” com a estatização, que gerará uma renda acima dos 400 milhões de dólares em curto prazo. “Os técnicos demonstram que inicialmente vamos obter lucros de 400 milhões de dólares uma vez que se industrialize” o setor petroleiro.

 

O presidente destacou ainda que a nacionalização do setor se obteve depois de "muita luta, com muita valentia e rebeldia” dos bolivianos e acusou setores da “oligarquia” e os “meios de comunicação” da Bolívia de se opor a esta reforma.

Da Redação
Com agências.