Protestos isolados e apoio maciço no 1º de Maio boliviano

Focos de protestos contra o governo do presidente Evo Morales se registraram hoje (1º) na Bolívia, na contramão do clima popular de unidade e apoio ao processo de mudanças que vive o país. No Dia Internacional dos Trabalhadores, as a&cc

O serviço de transportes interdepartamental (interestadual), mantido por proprietários de ônibus, paralisou seus trabalhos contra um imposto decretado pelo Executivo. E prossegue em Puerto Suárez a greve em favor da empresa ilegal EBX, de capital brasileiro.
Caso EBX: protesto empresarial
A greve em Puerto Suarez, a 10 quilômetros de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, foi decretada na quinta-feira passada (27) pelo Comitê Cívico, sob influência empresarial. É um protesto contra a expulsão da siderúrgica EBX, que o governo considera definitiva e inegociável.
O governo coinfirmou que a guarnição militar da cidade está em estado de alerta. Mas o ministro do Interior, Rafael Puente, especificou que os militares só vão intervir se os manifestantes tentarem fechar as válvulas do gasoduto que passa por Puerto Suarez e abastece o Brasil.
Piquete contra decisão da Justiça
Segundo as rádios locais, piquetes montam guarda nas portas da EBX, para impedir que esta seja ocupada ou fechada. Decisão neste sentido foi tomada pelo juiz Sergio Cardona, do Departamento oriental de Santa Cruz, acolhendo solicitação do governo.
O governo Morales decidiu fechar a siderúrgica porque esta não tem licença de funcionamento. Além disso, a Constituição boliviana proíbe estabelecimentos estrangeiros dentro de uma faixa de 50 km da fronteira. A EBX é acusada, ainda, de violar a legislação ambiental, por ter instalado fornos que empregam carvão vegetal.
A greve tem o apoio do prefeito Rubén Costas, do Departamento de Santa Cruz, que inclui Puerto Suarez. Costas é acusado de possuir vínculos empresariais com a EBX.
Em Santa Cruz, o Comitê Cívico, sob forte influência empresarial e hostil a Evo Morales, confirmou uma greve geral de 24 horas, pela contratação de mais funcionários para a educação e a saúde. O governo Morales alega que já aumentou consideravelmente o número de servidores no Departamento, rejeita a exigência e manifesta a suspeita de que a paralisação tem fins políticos.
O locaute dos ônibus
Os proprietários dos ônibus retiraram seus veículos das linhas, privando de transporte a população da capital e outros pontos do país, segundo informaram os terminais rodoviários. Hoje entra em vigor a decisão de que os empresários do setor devem emitir notas e pagar impostos como qualquer outro negócio. As autoridades passaram a aplicar multas e fechar empresas que insistam em não fornecer nota.
Os proprietários dos ônibus interdepartamentais pretendem continuar se beneficiando de um regime excepcional de imposto mínimo. O governo pretende manter o regime apenas para os perueiros, microempresários que predominam no transporte urbano.
Com informações da
agência Prensa Latina