Fontana quer realismo na política de alianças do PT

O líder da bancada petista na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), ajudou a viabilizar a resolução do 13º Encontro Nacional do PT, que não faz restrições à política de alianças – PMDB in

Fontana, como muitos quadros petistas, concebe sua política de alianças em dois patamares. “Em primeiro lugar”, defende “a visão de um núcleo estratégico, com o PCdoB e o PSB”. E como complemento “uma compreensão de que, seja no primeiro ou no segundo turno, será preciso ampliar este leque, até porque a situação atual pode antecipar o segundo turno para o primeiro”.

Com o PMDB, sim, com o PMDB-RS, não

Integrante de uma tendência do petismo gaúcho que soma forças com a Articulação de Esquerda, o líder da bancada prega o realismo. “Temos que ter uma política de alianças que leve em conta a realidade política do Brasil atual”, aconselha, à minoria de seu partido que rejeita alianças ao centro.
Sobre o PMDB, Fontana vê uma divisão “em duas, ou três partes”: uma independentista, outra propensa à aliança com o PSDB-PFL, a terceira disposta a sustentar a reeleição de Lula. Mas adverte, sobre a sua base eleitoral: “Tem Estados, como o Rio Grande do Sul, onde não vai haver” qualquer aliança do PT com o PMDB.

Resposta ao apelo de Lula

Vermelho quis saber se este posicionamento motivado por razões locais não se choca com o discurso de Lula na abertura política do 13º En contro (ver, neste portal, “Lula pede ao PT ‘habilkidade para detectar aliados’” http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=1313). Indagou se não estaria havendo nos Estados um “vazamento” do gás petista para impulsionar o “projeto nacional” defendido pelo presidente.
Fontana respondeu que “Isso é a coisa mais normal que existe na política brasileira”. E aconselhou: “Vai ter que haver um equilíbrio entre as legítimas pretensões dos Estados e as também legítimas pretensões do presidente”.

"Por que não dois palanques?"

Sobre o caso emblemático do Paraná – onde o PT local pode negar apoio à reeleição do governador Roberto Requião, peemedebista de esquerda e pró-Lula –, Henrique Fontana acha difícial haver acordo. “Teríamos que fazer um grande esforço para compor. Mas se a aliança é difícil e trabalhosa, há a alternativa pragmática: “Por que não conviver com vários palanques de Lula nos Estados?”, indaga o líder petista.
Ele assevera que os casos de dois palanques estaduais já são vários. Ainda não tem notícias de algum exemplo de três palanques pró-Lula – “O máximo que eu sei são dois para cá e dois para lá” – mas não exclui a possibilidade.
Fontana admite que isso não é o desejável para o projeto de reeleição de Lula, nem muito menos para a governabilidade de um segundo mandato. Mas adverte também que, nas negociações de frentes estaduais, “o ponto de ajuste (de concessões em favor das alianças) não pode ser só do PT”,
De São Paulo,
Bernardo Joffily