Encontro do PT aprova emenda que não restringe alianças

O plenário do 13º Encontro Nacional do PT, em São Paulo, aprovou neste sábado (29) uma emenda sobre política de alianças que não antecipa restrições. O texto não cita o PMDB, mas considera “im

A emenda vencedora foi apresentada pela Articulação de Esquerda (chapa A Esperança é Vermelha). Segundo delegados favoráveis a uma aliança ampla, isso explicaria seu estilo declaratório pouco direto. Foi porém defendida no plenário pelo deputado Ricardo Berzoini (SP), presidente do PT. O antigo Bloco Majoritário, de Berzoini, assimilou-a para ampliar a base de apoio da proposta.
Uma outra emenda foi apresentada pela tendência Democracia Socialista, do deputado estadual Raul Pont (RS), secretário-geral do PT, e defendida por Joaquim Soriano. Uma terceira proposta, da corrente O Trabalho do PT, foi defendida por Júlio Turra. As duas contestavam alianças mais amplas, em nome da identidade de esquerda, restringindo a frente ao PCdoB e PSB.
Diretório Nacional decidirá
A emenda aprovada “autoriza o Diretório Nacional a analisar e decidir, caso a caso, as alianças com partidos da base do governo, bem como apreciar recursos sobre alianças estaduais”. No Diretório o bloco de Berzoini tem 45% dos votos, mas não teria dificuldade em obter maioria para votar uma aliança ou coligação formal com o PMDB, na hipótese dos peemedebistas virem a se inclinar neste sentido.
O texto afirma também que “as alianças que o PT fará, tanto no primeiro quanto no segundo turno, tanto nos Estados quando nacionalmente, serão baseadas exclusivamente em compromissos programáticos e participação nos governos”.
Veja também, nesta edição do Vermelho, “Berzoini: ‘PT não pode se dar ao luxo de fechar portas’” e “Raul Pont, sobre alianças do PT: ‘Eu já perdi’”.

A emenda na íntregra

Leia a íntegra da emenda aprovada no Encontro Nacional:

"O PT tem dois grandes objetivos em 2006, vencer a eleição presidencial e criar as condições para que realizemos um segundo mandato superior ao primeiro.
Em nosso segundo mandato presidencial, precisaremos de uma governabilidade de novo tipo, baseada numa combinação adequada entre força parlamentar, presença em governos estaduais e municipais, apoio e mobilização organizada da sociedade, maior incidência do PT e demais partidos de esquerda, engajamento da intelectualidade democrática, maior iniciativa política de nossa administração e aprofundamento de nossas alianças internacionais.
Esta governabilidade de novo tipo começa a ser construída desde já, inclusive no processo eleitoral, tanto no âmbito nacional quanto nos estados.
É fundamental construir, para enfrentar a campanha eleitoral e o que se seguirá, uma cooperação política permanente entre os partidos de esquerda e os movimentos sociais de âmbito nacional.
É importante, também, a vitória de candidaturas petistas e de nossos aliados de esquerda, nas eleições para governos estaduais, senado, câmara dos deputados e assembléias legislativas.
É importante, finalmente, que se constituam, – tendo em vista nossa tática eleitoral nacional e estadual – alianças com outros partidos, que integram a base de apoio do governo; bem como alianças com partidos que não integram a base de apoio do governo, mas que, nos estados, são aliados das forças democráticas e populares e adversários do PSDB e PFL, núcleo da oposição conservadora que devemos derrotar.
As alianças que o PT fará, tanto no primeiro quanto no segundo turno, tanto nos Estados quando nacionalmente, serão baseadas exclusivamente em compromissos programáticos e participação nos governos.
O 13º Encontro autoriza o Diretório Nacional a analisar e decidir, caso a caso, as alianças com partidos da base do governo, bem como apreciar recursos sobre alianças estaduais."