Em balanço do “terrorismo”, EUA admitem fracasso no Iraque

O Departamento de Estado dos EUA divulgou ontem (28) um “Relatório anual sobre o terrorismo” que é uma confissão muda do fracasso da “guerra ao terror” declarada pelo presidente George W. Bush. “O Iraque está se

Estes números representam 55% dos “atentados terroristas” que o Departamento de Estado contabilizou em todo o mundo.  O total sobe a 11.111 “atentados” em 2005, contra apenas 651 no relatório de 2004.
Os dados, porém, não podem ser comparados: depois da posse de Condoleezza Rice como titular da diplomacia americana, o critério do “Relatório sobre o terrorismo” ampliou-se. Antes, eram registrados apenas ações do “terrorismo internacional”, isto é, envolvendo cidadãos ou territórios de pelo menos dois países.

…Vai continuar
 

As previsões para o futuro também são desfavoráveis à “guerra ao terror” de Bush. Em seu quinto ano de ocupação militar estrangeira, o Iraque continuará a ser “uma frente crucial na guerra global contra o terrorismo”, nas palavras do relatório.
De acordo com o documento, o Iraque vai se manter como “a principal frente na luta antiterrorista”, pois se transformou simultaneamente “numa batalha e numa causa”. O trecho é uma confissão de que a ocupação militar estrangeira desperta um forte sentimento de resistência.

O front da al-Qaeda
 

Os autores do relatório também não têm muito o que comemorar na esfera da repressão à al-Qaeda, liderada por Osama bin Laden. “Ainda não conseguimos desferir o golpe fatal na al-Qaeda”, afirmam.

Eles avaliam que a organização está enfraquecida porque já não dispõe de uma rede estratégica. Mas concluem que com isso a “atividade terrorista” atomizou-se sem se reduzir.  “Cada vez mais, pequenas células ou indivíduos isolados souberam tirar partido das tecnologias modernas e das ferramentas da globalização Estes pequenos grupos representam micro-atores extremamente importantes”, lamenta o relatório.
“Continuamos ainda na primeira fase de uma guerra potencialmente longa. É provável que ainda tenhamos de enfrentar durante anos um tenaz inimigo”, é o balanço geral do um “Relatório anual sobre o terrorismo”. A conclusão se harmoniza com a concepção estratégica de defesa elaborada pela administração Bush, que encara a “guerra ao terror” como um conflito sem fronteiras e sem término previsível.
Com agências