Câmara e Senado: dupla vitória da centro-esquerda italiana
A coalizão italiana União, de centro-esquerda, depois de uma vitória sob medida nas eleições parlamentares dos dias 9 e 10, confirmou seu triunfo neste sábado (29), ao eleger os presidentes da Câmara dos Deputados e
Publicado 29/04/2006 13:44
Com a dupla vitória, o líder da União, Romano Prodi, abre caminho para ser chamado a formar governo, pelo presidente da República, Carlo Azeglio Ciampi. Já a frente de centro-direita, Casa das Liberdades, do primeiro ministro em fim de mandato, Silvio Berlusconi, perde uma posição cobiçada para a oposição intransigente que pretende opor ao governo Prodi.
A votação no Senado foi a mais disputada. Foi preciso fazer quatro votações para eleger o Franco Marini, por 165 dos 322 votos, apenas três de maioria. A Casa das Liberdades lançou Andreotti como um candidato para vencer: aos 87 anos de idade e 15 de senador vitalício, ele já foi primeiro ministro por nada menos que sete vezes, durante a era democrata-cristã, encerrada nos anos 90 pelos escândalos de corrupção que desembocaram na “Operação Mãos Limpas”.
Os senadores da centro-esquerda irromperam em aplausos ao fim da acirrada disputa. Marini, 73 anos, pertence à Margarida, uma frente moderada no interior da União.
Já a eleição de Bertinotti era tida como certa. Mas o secretário-geral da Refundação Comuinista teve que enfrentar um adversário dentro da própria coligação de centro-esquerda: Massimo D´Alema, dirigente dos Democratas de Esquerda (DS, na sigla em italiano), a designação do ex-Partido Comunista Italiano (PCI).
Na votação, Bertinotti teve 337 votos, contra 100 para D´Alema. Outros deputados, entre eles Berlusconi, tiveram votos isolados. Aos 66 anos de idade, ele dirige desde 1994 a Refundação, uma cisão dos que se rebelaram contra a tentativa de extinção do PCI.
Nas eleições de abril o PRC teve um notável crescimento parlamentar, passando de 16 para 68 representantes em ambas as casas do Parlamento (41 deputados e 27 senadores). A escolha de Bertinotti como presidente da Câmara, porém, foi feita pela União, com o apoio de Prodi, em nome da representação plural das forças que compõem esta vasta frente. Nela estão representadas desde uma ala da Democracia Cristã até o PRC, e o Partido dos Comunistas Italianos, cuja bancada também cresceu. A DS teve um desempenho modesto na eleição, embora se mantendo como a maior força da coalizão vencedora.
Com agências