Berzoini: “PT não pode se dar ao luxo de fechar portas”

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), favorável a uma aliança com o PMDB que estenda para o centro a base de apoio a Lula, defendeu proposta vencedora hoje (29) no plenário do 13º Encontro Nacional petista, em São Paulo. E

Depois da votação, na Quadra dos Bancários em São Paulo, onde se realiza até domingo o Encontro, o ex-líder sindical bancário disse à imprensa que o Diretório Nacional do PT está conversando com os partidos tradicionalmente próximos, tendo avançado com o PCdoB e PSB. Mas agregou que há abertura, “sem restrições”, para conversações com todos os partidos.

"Alianças programáticas, não oportunistas"


Segundo Berzoini, fechar as portas, neste momento, significa restringir o campo de atuação política e a governabilidade do PT. Isso só dificultaria a “derrota daqueles que governavam o Brasil antes de Lula”, argumentou ele, prosseguindo a controvérsia que se desenvolveu no plenário.

“Quando tivermos conversas amadurecidas, será tomada a decisão, porque queremos alianças programáticas e não oportunistas”, garantiu Berzoini. A emenda aprovada “autoriza o Diretório Nacional a analisar e decidir, caso a caso, as alianças com partidos da base do governo, bem como apreciar recursos sobre alianças estaduais”.

DS votou contra

 

A votação, ao fim da sessão matutina do Encontro neste sábado, polarizou-se entre a emenda vitoriosa (defendida por Berzoini mas formulada pela Articulação de Esquerda), e uma contraproposta da tendência Democracia Socialista, defendida por Joaquim Soriano, para quem a experiência do PT com partidos de direita só trouxe problemas.

Berzoini destacou que o processo de apresentação da emenda, aglutinando várias correntes do PT, faz parte do esforço interno de unidade. Ele afirma não estar interessado em ter maioria, mas em convencer politicamente o PT e seus militantes.

O presidente do PT apontou diferenças entre 2002 e 2006 do ponto de vista das alianças. Em 2002, houve entendimento apenas com o PL, além das alianças tradicionais. O PSB tinha candidato à Presidência, enquanto agora dá apoio político a Lula, com possibilidade de coligação. “Vamos trabalhar em maio para acelerar as conversas com demais partidos e chegar a uma conclusão. Serão conversas com bases programáticas e discussões sobre estratégia de governo”, afirmou.

Com www.pt.orgt.br