Audiência pública debate participação de militares na construção de gasoduto

A Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputados promoverá audiência pública, ainda sem data confirmada, com representantes da Petrobrás, Tribuna de Contas da União (TCU) e o Exército Brasileiro para debater a po

Os parlamentares pretendem encaminhar uma ampla campanha em defesa do início imediato das obras do gasoduto. "Se a alternativa da participação do Exército for a mais viável para baixar os custos do empreendimento vamos querer ver isso efetivado o mais rápido possível", diz a deputada Vanessa.

 

Pelos três trechos do gasoduto, os consórcios de empreiteiras que participam da licitação apresentaram preços que elevaram o custo total do gasoduto para R$ 2,487 bilhões, quase o dobro do valor estimado pela Petrobrás, R$ 1,25 bilhão. Nas negociações entre a estatal e as empresas houve uma redução no valor da ordem de R$ 125 milhões, insignificantes para que os contratos sejam assinados.

 

Preços altos

A situação mais crítica em termos de preços foi a proposta apresentada pelo consórcio Andrade Gutierrez/Gueiróz Galvão/Carioca Engenharia para a construção do trecho B1. As empreiteiras cobraram R$ 1,22 bilhão para construir o gasoduto nesse trecho de 190 quilômetros que vai de Coari até Anamã. Pela proposta, o metro por polegada custará R$ 290,00 superior a US$ 100,00.


Para se ter uma idéia, o preço do gasoduto que está sendo construído para levar gás da Rússia a Alemanha num trajeto de 1.689 quilômetros está orçado em US$ 59,28 o m/pol. Com um detalhe: os dutos em 1.189 quilômetros estarão submersos no Mar Báltico.

 

O gerente de implantação do projeto da Petrobrás, Gézio de Andrade, admitiu a hipótese de contratar o Exército inicialmente para abrir as faixas dos sete ramais que vão atender os municípios de Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba, num total de 126 quilômetros de extensão. "Com isso, teríamos o acesso para a toda a logística da obra, dos equipamentos, pessoal, construção dos canteiros e a abertura da linha tronco, linha principal efetivamente", explicou.

 

O gasoduto terá capacidade para transportar 10 milhões de m³ de gás natural da Província de Urucu até a capital amazonense. Entre os benefícios do empreendimento está a substituição da matriz energética das termelétricas da região do óleo combustível para o gás natural, mais barato e menos poluente. Só em Manaus haveria uma economia de R$ 1,5 milhão por dia de recursos da Conta Consumo de Combustível (CCC), descontados na tarifa de todos os brasileiros que estão fora do sistema isolado (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá).
 
De Brasília
Iram Alfaia·