Lula prega “um choque de inclusão social”, mas “de verdade”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (28) que o Brasil precisa de um grande choque de inclusão social, "mas, de verdade”. “Precisamos de um choque que possa garantir que os milhões de brasileiros que estã
Publicado 28/04/2006 16:42
Lula falou em entrevista coletiva após participar da inauguração do Centro de Distribuição das Casas Bahia, em São Bernardo do Campo (SP). Ele visitou também o 2º Feirão da Casa Própria, realizado pela Caixa Econômica Federal, na zona norte de São Paulo.
"Nós vamos fazer comparações"
Indagado sobre o lema de Alckmin, Lula não respondeu diretamente. "Nem sei se eles, os tucanos, falam isso (choque de inclusão social). O que sei é que vamos fazer comparações entre o que nós investimos em política social; o que nós investimos na parte mais pobre da população e o que eles investiram durante todo o tempo em que estiveram no governo federal ou nos governos estaduais. É só fazer a comparação Estado por Estado", afirmou.
O presidente advertiu que "acabou o tempo daqueles que falam que o Brasil precisa primeiro crescer para só depois distribuir. Estamos provando que é possível crescer e distribuir ao mesmo tempo. Distribuir ajuda o Brasil a crescer", disse.
Campanha, só em julho
Perguntado se já começou a campanha, Lula negou: "Não comecei. O que eu tenho é de trabalhar até 31 de dezembro. E só preciso decidir (sobre a reeleição) até 31 de julho”. Ele classificou o seu discurso como “um discurso de alguém alegre, porque vamos ter um 1º de Maio em que 90% dos trabalhadores tiveram aumento real dos salários. Estou feliz porque os trabalhadores tiveram aumento real, estou feliz porque a economia está crescendo, os empregos surgindo e os empresários acreditando no Brasil", concluiu.
"Quem vai coordenar a campanha, se eu decidir ser candidato, será o presidente do partido", disse Lula, sinalizando que já escolheu como coordenador o presidente petista, deputado Ricardo Berzoini (SP). Mas insistiu que só decide sobre a reeleição no fim de junho. “Até lá o meu papel é viajar pelo Brasil, inaugurar as obras que começamos a construir e governar", declarou.
O presidente se mostrou preocupado com a política de alianças do PT, tema controverso no Encontro Nacional que a sigla da estrela inicia hoje em São Paulo. "Precisamos construir uma política de alianças com todos os Estados da Federação", opinou.
Lula sugeriu ao partido que inicie desde já a aproximação com outras legendas. "Se o PT decidir fazer acordo com PMDB, PSB, PL, PV, é com essas pessoas que vamos fazer a campanha. Mas isso depende do partido e eu tenho dito ao PT que eu não vou me definir pela candidatura antes do prazo limite, de 30 de junho", reiterou. "Agora, o PT não pode ficar parado, não pode ficar esperando eu me decidir", adicionou.
"Os juros vão continuar caindo"
O presidente negou que exista uma disputa entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sobre a política de juros. “Não tem disputa entre o Mantega e o Banco Central. Se alguém tem divergência com alguém, essa divergência será dirimida pelo presidente da República. Nem o Banco Central está lá para divergir com o Guido nem o Guido está lá para divergir com o Banco Central”, disse Lula.
Ele lembrou que o corte de 0,75 ponto percentual feito na última reunião de política monetária do Banco (nos dias 18 e 19 deste mês) faz parte de uma série. “É a sétima queda de juros consecutiva, os juros vão continuar caindo, a situação econômica está sólida, o país está crescendo, o salário está aumentando, e é isso que interessa ao povo brasileiro”, afirmou.
Com agências