Ligue 180 amplia atendimento à Mulher em situação de violência

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, criado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) para auxiliar e orientar as mulheres em situação de violência, foi ampliado. O serviço funciona agor

Com isso, a SPM cumpre o compromisso de, após um período funcionando em caráter experimental, ampliar a capacidade de atendimento do Ligue 180, permitindo a melhoria dos serviços oferecidos.

O funcionamento 24 horas permitirá que as orientações, pedidos de informações e denúncias sejam encaminhadas, inclusive, nos finais de semana e à noite, quando ocorrem os maiores números de agressões. A instalação e ampliação da Central atende demanda antiga dos movimentos feministas e de mulheres.

O novo serviço permitirá a obtenção mais sistemática de dados estatísticos sobre a violência contra a mulher. O sistema que foi implantado – Administração de Relacionamento com o Cliente – registrará automaticamente a origem da ligação a partir do código de área (DDD), tornando desnecessário solicitar ao usuário informações cadastrais, como o estado e município de origem.

Assim como aconteceu na primeira fase do projeto, as novas atendentes receberam capacitação da SPM e do Instituto Patrícia Galvão em questões de gênero, nas políticas do Governo Federal para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência contra a mulher e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.

Líderes de ligações

Após quatro meses de funcionamento, as primeiras estatísticas apontam as regiões Sudeste e Nordeste como líderes em número absoluto de ligações. Nesse período, foram atendidas 7.759 (43,12%) ligações da região Sudeste, sendo São Paulo o estado que mais entrou em contato com a Central (28,75%). Já a região Nordeste aparece com 2.223 ligações (12,36%), sendo a Bahia o estado nordestino com o maior volume de ligações.

Ao comparar o volume de ligações com o número de habitantes por região, as primeiras estatísticas apontam o Distrito Federal com o maior índice de ligações – 27 por 100 mil habitantes. O Estado de Goiás vem em seguida com 16,6 por 100 mil habitantes. São Paulo aparece em terceiro lugar, com 12,9.

Os indicadores foram calculados a partir do cruzamento de dados fornecidos pelos usuários atendidos no Ligue 180 no período de 25 de novembro de 2005 (data da inauguração do serviço) até o dia 11 de abril, com a base de dados populacionais da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios do IBGE (PNAD/2004).

Perfil das usuárias

Desde o início do seu funcionamento no dia 25 de novembro de 2005 até o dia 11 de abril deste ano, a Central de Atendimento à Mulher atendeu 17.991 ligações que geraram 20.759 orientações e encaminhamentos. Os dados coletados a partir das ligações atendidas permitiram à SPM traçar o perfil dos usuários dos serviços.

Os números registrados demonstram que, apesar do pouco tempo de observação e o caráter experimental do funcionamento, os objetivos do serviço estão sendo alcançados.

Em geral, os usuários do Ligue 180 são mulheres, casadas ou solteiras, que cursaram somente o ensino fundamental e têm entre 20 a 29 anos. O público feminino responde por 82,67% dos atendimentos, o masculino por 9,68% e o restante não forneceu a identidade.

Cerca de 7.083 (39%) usuárias (os) dos serviços entraram em contato com a Central para obter informações gerais sobre leis, tipos de denúncias que podem ser feitas, serviços existentes para atendimento à mulher em situação de violência etc.

Outras (os) 6.913 (38,4%) buscaram informações regionalizadas solicitando endereços e telefones das instituições que acolhem a mulher em situação de violência (Delegacias da Mulher, Casas Abrigo, Defensorias da Mulher, Conselhos dos Direitos da Mulher).

Em torno de 1.957 (11%) usuárias (os) entraram em contato com a Central para denunciar os casos de violência contra a mulher.

Fonte: SPM