PFL dá chá de cadeira em Alckmin

A Executiva Nacional do PFL, reunida hoje (27) em Brasília, resolveu postergar para o final de maio a escolha de um nome para vice de Geraldo Alckmin na chapa presidencial conservadora. A proposta partiu de um dos possíveis vices, o senador José Ag

A decisão ocorreu horas depois de um jantar de Alckmin com a bancada pefelista no Senado com o ex-governador paulista. Ciente do momento problemático na aliança conservadora, o presidenciável tucano se mostrou disposto a fazer concessões.
Problemas nos Estados
A primeira concessão ocorre justo na Bahia de ACM.  Segundo Alckmin, “o Paulo Souto, meu amigo, é um grande governador. Além disso, não temos candidato a governador.” A declaração desautoriza o PSDB baiano, ligado ao líder  tucano na Câmara, deputado Jutahy Magalhães Junior. Este, adversário histórico dos carlistas, planeja lançar um candidato próprio ao governo, ou até apoiar o petista Jacques Wagner. Agora, terá que se haver com o veto do candidato presidencial.

Em Sergipe “também não temos candidato”, declarou Alckmin, desta vez contrariando o ex-governador tucano, Albano Franco. Este quer concorrer ao Senado, mas João Alves discorda, pois quem ocupa a vaga é  sua mulher, a senadora Maria do Carmo, que tenta a reeleição.
Os problemas locais se manifestam tamnbém em Goiás, Distrito Federal, Maranhão, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Amazonas. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), voltou a sublinhar que Alckmin "tem sido muito correto com o PFL e se mostrado interlocutor de confiança nas negociações com o partido".  Mas o adiamento da decisão sobre o vice mostra que as negociações não andam fáceis e tendem a se prolongar.
Dois vice-presidenciáveis pefelistas
Enquanto isso, o PFL ganha tempo para deliberar sobre quem seria o nome. Também aí falta consenso. Todos concordam que deve ser um nordestino – para contrabalançar a diminuta penetração de Alckmin na região (9% das intenções de voto, na pesquisa estimulada, e 4%, na espontânea, segundo a sondagem do Datafolha nos dias 6 e 7 de abril). Porém dois pretendentes pefelistas se lançaram como vice-presidenciáveis:  Agripino, pró-ACM, e o também senador José Jorge (PE), o preferido de Bornhausen.
O próprio Bornhausen coordenou uma consulta interna para a indicação do candidato a vice, restrita ao Diretório Nacional do PFL. Ganhou o candidato de sua preferência, mas por margem reduzida, 55 votos contra 43 para Agripino. Além do mais, nenhum dos dois enche os olhos dos tucanos, necessitados de uma virada de grandes proporções no cenário nordestino.
Ao anunciar o adiamento da decisão, a cúpula pefelista argumentou ainda com a conveniência de conhecer qual será a decisão do PMDB. “Para nós, o ideal seria que o PMDB não tivesse candidato, mas é um direito do partido”, asseverou Jorge Bornhausen, contrariando o que dizem todos, no PFL e no PSDB, quando a portas fechadas.
Um derradeiro motivo
Há ainda, para alguns analistas, um derradeiro motivo: nem todos estariam convencidos de que a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin chegará de fato às urnas de 1º de outubro; há ainda quem creia em uma mudança, trazendo de volta o ex-prefeito de São Paulo, José Serra, que Alckmin derrotou em março após três meses de luta interna no PSDB.
Estas parecem ser as razões do prefeito do Rio de Janeiro e ex-presidenciável pefelista, Cesar Maia, o mais incisivo nas críticas ao desempenho de Alckmin. Maia foi, até o último momento, um entusiasta do nome de Serra para a Presidência, com argumentos ligados à viabilidade eleitoral da candidatura conservadora. E na semana passada, levantou a possibilidade do PFL ficar fora da chapa presidencial, apoiando Alckmin “por fora”, de forma a poder compor suas táticas estaduais sem se deparar com as imposições derivadas da verticalização.
Com agências