Dominicanos denunciam preparativos bélicos dos EUA

A Fundação herdeira do legado do líder independentista dominicano Juan Pablo Duarte fez um chamado à opinião pública para que se mantenha alerta diante dos preparativos dos Estados Unidos para usar seu país como base de ag

Segundo Augusto Duarte, presidente da fundação – que lembra amanhã o 41º aniversário da invasão de 42 mil marines norte-americanos para frustrar a Revolução de 1965 – qualificou de trapaça a nova presença estadunidense no país. “Estes movimentos de tropas norte-americanas para a cidade de Barahona, no Sudoeste da ilha, têm como objetivo preparar uma agressão contra a Venezuela e Cuba”, denunciou o descendente do herói dominicano. Para Duarte, a política histórica dos Estados Unidos é farsante e gângster, e todos os povos devem manter seus olhos bem abertos “para não deixar se enganar com as declarações oficiais e pretextos humanitários”.

Como exemplo, ele citou os ataques dos Estados Unidos ao Irã, “porque no fundo desse conflito está a mesma causa da intervenção no Iraque, que é o controle do petróleo dos países do Oriente Médio”, disse. “Para agredir o Irã, os Estados Unidos precisam controlar o petróleo da Venezuela, que é o quarto produtor mundial e seria a garantia logística para uma guerra contra a parte muçulmana do Oriente Médio”, alertou.

Duarte avisou também que apoiar uma agressão à Venezuela ou Cuba é “estar contra todos os povos irmãos da América e aqui parece estarem criando as condições para dar esse passo. Os ianques gostam de fazer acreditar uma coisa para fazer outra”.

A Fundação Duarte, que está cimentada e inspirada em seu pensamento de republicano e anticolonialista, reafirma claramente que prefere que a ilha afunde a ser escrava ou submissa de qualquer potência estrangeira e proclama o respeito à soberania e autodeterminação de seus vizinhos. José Montes de Oca, diretor da Fundação, explica que seus princípios são plenamente duartianos, de não ingerência nos assuntos internos de outros países e denunciamos com grande preocupação os preparativos de agressão.

O dirigente critica a posição do governo dominicano, que “por pressões de Washington tem se prestado a servir de base de agressão contra a Venezuela ou Cuba, porque temos uma posição estratégica privilegiada no Caribe para essa intenção. Uma manobra militar montada aqui cortaria o Caribe em dois, para impedir qualquer apoio mútuo entre a Venezuela e Cuba ou receber ajuda de outros países, e nós, dominicanos, rechaçamos que nos queiram envolver em qualquer agressão”.

Segundo Oca, a cidade de Barahona já é praticamente uma base militar, com quatro pontos estratégicos ocupados por tropas norte-americanas, entre eles a região de El Curro, com modernos equipamentos eletrônicos instalados e a qual os próprios dominicanos não têm acesso. Os outros três são a fortaleza da quinta brigada do Exército Nacional na cidade, o acampamento frente ao cais e o aeroporto María Montés, onde aumentaram mais dois quilômetros de pista para poder receber aviões de grande peso.

“Um investimento de milhões de dólares como esse não vai ser abandonado facilmente pelos norte-americanos. E a presença de tropas com equipes bélicas sofisticadas prova que a desculpa da construção de obras sociais é uma falácia”, denuncia.

Da Redação
Com informações da Prensa Latina.