Vanessa Grazziotin propõe acerto de contas para salvar a Varig

Deputados de diferentes partidos vão mobilizar as bancadas dos estados no Congresso para cobrar dos governadores um acerto de contas com a Varig. A dívida dos governos estaduais com a companhia chega a R$1,385 bilhão. O maior devedor &e

A proposta foi apresentada nesta quarta-feira (26) pela deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) durante a audiência pública conjunta das comissões de Relações Exteriores, do Trabalho e do Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados que debateu a crise da companhia. A audiência contou com a presença do ministro da Defesa, Waldir Pires. Os parlamentares dessas três comissões ficarão responsáveis pela mobilização de suas bancadas.

"A Varig tem uma dívida que gira em torno de R$7 bilhões, mas a empresa tem um crédito a receber dos governos federal e estaduais de R$5,8 bilhões. Ou seja, se houvesse um acerto de contas o problema estaria solucionado", disse. Os únicos estados que não devem a empresa são o Mato Grosso (MT) e o Rio de Janeiro (RJ), este último fez os acertos ainda no ano passado.

Sobre o seu Estado, a deputada Vanessa disse que na próxima reunião da bancada vai debater o assunto para depois procurar o governador do Estado, Eduardo Braga. "Se todas as bancadas fizerem isso, estaríamos injetando mais de R$1 bilhão na empresa, se não em espécie ao menos em papéis que trariam segurança e capitalização", disse.

Proposta importante

O presidente da companhia, Marcelo William Bottini, considerou a proposta "extremamente importante": "Pode nos ajudar a fazer com que esse ICMS que foram tramitados e julgados em diversos estados possam se converter de alguma maneira numa solução para a situação que enfrentamos". Ele lembrou que a experiência do Rio pode servir como modelo aos outros estados.

Marcelo Bottini diz que a idéia também vai contribuir para o plano de recuperação da empresa em 2006 que necessita viabilizar de qualquer maneira R$100 milhões. "Se houver conscientização do estado brasileiro do que significa a empresa para o país, teremos condições de implementar o plano", disse.

De Brasília

Iram Alfaia