Envolvido em assassinato de Dorothy Stang é julgado

Acusado de ser o intermediador do assassinato da irmã Dorothy Stang em fevereiro de 2005, o fazendeiro Amair Feijoli Cunha, conhecido como Tato, foi a julgamento nesta quarta-feira (26/04) em Belém. Se condenado, Tato pode pegar at&eacu

Começou nesta quarta (26) o julgamento de Amair Feijoli Cunha, o Tato, fazendeiro acusado de ser o responsável por intermediar o assassinato da Irmã Dorothy Stang em fevereiro do ano passado em Anapu, no Pará. A sessão, que deverá ser finalizada apenas nesta quinta, está sendo realizada no Tribunal de Justiça do Estado do Pará, sob a presidência do juiz Cláudio Montalvão das Neves, titular da 2ª Vara Penal de Belém.

Pela manhã, segundo o portal de notícias ORM, Tato confirmou seu depoimento inicial que apontou como mandantes do crime os fazendeiros Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, e Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, numa tentativa, segundo o promotor Sávio Brabo, de atenuar sua pena através da colaboração com a Justiça.

Se depender da promotoria, porém, a confissão de participação no crime deverá impedir qualquer atenuante da pena, já que, de acordo com o promotor Edson Souza , “Tato funcionou como um pêndulo entre os mandantes e os executores, teve participação decisiva, fazia parte dessa engrenagem que tinha como fim matar aquela pessoa (Dorothy Stang)”.

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), da qual Dorothy fazia parte, a acusação – o promotor Souza e os advogados da CPT José Batista Afonso e Rosilene do Socorro Silva – devem sustentar a tese de que Tato contratou os executores do crime com a promessa de uma recompensa no valor de R$ 50 mil, que seriam pagos por Taradão e Bida. A tese é a mesma usada na sessão que condenou os pistoleiros Clodoaldo Carlos Batista e Rayfran das Neves Sales, sentenciados a 27 e 17 anos de reclusão, respectivamente. Se condenado, Tato poderá pegar de 12 a 30 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado: promessa de recompensa e impossibilidade de defesa da vítima.

Manifestações –
Do lado de fora do Tribunal de Justiça do Pará, o julgamento de Tato está sendo acompanhado por uma intensa mobilização de militantes da CPT e do MST, reunidos no II Acampamento Pedagógico Dorothy Vive, montado na Praça Felipe Patroni. Segundo a CPT, os manifestantes estão pedindo justiça e lembrando da atuação de Dorothy. Os três irmãos de religiosa, que chegaram a Belém no início da semana, estão acompanhando a sessão do lado de dentro.