Encontro petista debate documento com duras críticas ao BC

O texto pede explicitamente uma execução orçamentária maior que a inicialmente prevista. "O gasto público em custeio e investimento tem de ajustar-se a esse enfoque renovado do desenvolvimento econômico. Isso exige uma execução orçamentária criteriosa que não paralise o governo, sobretudo suas políticas sociais", afirma o documento. O documento do partido afirma que as metas de inflação foram fixadas "sem levar em conta opiniões vocalizadas pelos mais variados setores da sociedade, especialmente os trabalhadores e os empresários dos setores produtivos". Uma vez estabelecidas as metas, o único remédio encontrado pelo BC teria sido manter uma taxa de juros básica "com forte impacto no aumento da dívida pública e na dinâmica da economia", colocando a política econômica em choque com as bases sociais do próprio governo.

Partindo da premissa de que o ano de 2006 deve ser tratado como o primeiro ano do próximo governo, o texto inicial propõe uma mudança imediata da condução da economia. "O BC tem de adequar sua agenda ao conjunto dos interesses da sociedade. Além de ser o guardião da moeda, deve igualmente preocupar-se com o crescimento, o emprego e o bem estar social, como ocorre em outros países do mundo", sugere o documento, propondo em seguida uma mudança concreta na estratégia macroeconômica. "Será necessário acelerar o esforço atual de reduzir os juros, para permitir ao país uma expansão mais pronunciada. Uma maior redução da taxa Selic é essencial para lograr-se um câmbio mais compatível com as políticas de desenvolvimento e exportação necessárias ao país", diz o texto.

A informação é do
jornal Valor Econômico