Brasil ignora pedido de Uribe para pressionar Venezuela

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, informou que o Brasil não deverá intervir no contencioso entre a Venezuela e os países da Comunidade Andina. O presidente da 

O presidente Hugo Chávez, que se reúne hoje em São Paulo com os presidentes do Brasil e Argentina, anunciou que a Venezuela deixará a Comunidade Andina de Nações (CAN). Os venezuelanos consideram a CAN "agonizante", devido aos tratados de livre comércio (TLCs) firmados pela Colômbia e pelo Peru com os Estados Unidos (o governo do Equador também movimentou-se neste sentido, mas foi impedido por um forte movimento de massas de protesto). O bloco é formado por Venezuela, Bolívia, Peru, Colômbia e Equador.

"Peru e Colômbia tomaram essas decisões [de fazer acordos bilaterais com os EUA], são países soberanos e têm governos legítimos. Portanto, não somos nós que vamos dizer o que o Peru, a Argentina, a Bolívia, a Venezuela devem fazer. Cada país sabe exatamente e tem os instrumentos de decisão", disse Marco Aurélio.

Resposta ao que não foi perguntado

Diplomaticamente, o assessor respondeu ao que não lhe foi perguntado — uma hipotética gestão contra os TLCs — para deixar claro que não tem sentido o pedido de Uribe, para que o Brasil intercedesse quanto à decisão venezuelana. Ao mesmo tempo em que esvazia o CAN, a Venezuela bolivariana reforça o bloco do Mercosul, como núcleo dos planos de integração sul-americana.

Marco Aurélio Garcia conversou com a imprensa, ontem à noite, poucos instantes antes do encontro, em São Paulo, de Lula com o presidente argentino, Néstor Kirchner. A pauta da reunião incluía disputas comerciais entre os países do Mercosul e questões energéticas, principalmente o intercâmbio de energia elétrica entre os dois países.

Hoje, é esperada a chegada do presidente venezuelano, Hugo Chavez, ao encontro em São Paulo. Os presidentes devem debater, além do contencioso entre os países sul-americanos, a construção de um gasoduto que percorrerá os três países.

Com informações
da Agência Brasil