Unegro encerra 'maratona' em Pernambuco e agenda congresso

A União de Negros pela Igualdade (Unegro) encerrou, neste fim de semana, uma maratona de atividades políticas em Pernambuco. Depois da Plenária Nacional — realizada de 18 a 20 de abril, em Olinda —, a entidade se integrou ao 2º Fór

Na Plenária Nacional (foto), os delegados aprovaram a realização do 3º Congresso da entidade, para maio de 2007, em Belo Horizonte (MG). Sobre as eleições 2006, foi lançado o Manifesto de Olinda, que mostra os riscos, para o Brasil, de uma eventual vitória de Geraldo Alckmin à presidência. “Aprovamos uma plataforma política que visa contribuir, com as forças progressistas, pela recondução de Lula a presidência da República”, disse Jerônimo. “Entendemos que a luta contra o racismo avançará mais ainda com a continuidade de um projeto popular e anti-racista.”

A abertura da plenária, na Câmara Municipal de Olinda, teve a participação do jornalista José Carlos Ruy, editor do jornal A Classe Operária. Em sua palestra sobre “A Formação do Povo Brasileiro”, Ruy defendeu que o País tem um único povo — que não pode ser classificado como negro ou branco. “É preciso lutar contra as desigualdades sociais e o preconceito racial, mas sem esquecer que todos nós somos, antes de tudo, brasileiros.”

Força no 2º FSB
Com o fim do encontro em Olinda, a Unegro se engajou no 2º Fórum Social Brasileiro. Boa parte dos delegados da plenária participou da Marcha de Abertura do fórum, na tarde de 20 de abril, pelas ruas de Recife. No dia seguinte, a entidade realizou o debate “O Estado Brasileiro e a Implementação de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial”. A mesa contou com a participação de Edson França (da executiva nacional da Unegro), Benedito Cintra (membro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial — Seppir) e Nado (coordenador do Movimento Negro Unificado de Pernambuco — MNU-PE).

“Intolerância religiosa” foi o tema de outra oficina promovida pela entidade. Na mesa de debate, estavam o sociólogo Samuel da Luz, o babalorixá Pai Acarê e o próprio Jerônimo Silva Júnior, da Unegro. Dirigente também da Coordenação Nacional das Entidades Negras (Conem), Jerônimo representou o movimento negro na Plenária dos Movimentos Sociais, que finalizou o Fórum.

A maratona de atividades em Pernambuco fortalece a luta cotidiana da Unegro. Criada em 1988, a entidade se mostrou atenta aos desafios da atualidade, preocupando-se com a formação de seus quadros e articulando-se com outras entidades. “Agora, temos duas grandes batalhas pela frente”, diz Jerônimo em alusão às eleições 2006 e ao 3º Congresso da Unegro. Os rumos do movimento negro passam por ambas batalhas.

Por André Cintra,
da Redação