“Se Liga 16” É destaque no principal Jornal do Pará

A UJS do Estado do Pará foi a Redação do principal jornal do Estado falar sobre a campanha do “Se Liga 16” onde em sua entrevista falou sobre diversos assuntos ligados a juventude entre eles destaca-se o voto aos 16 anos

No último final de semana a UJS do Pará foi procurada por um dos jornais de maior circulação no Estado para exprimir sua opinião sobre a redução da maioridade penal e o voto aos 16 anos.
Maílson Lima, presidente estadual da UJS, Marcela Cardoso, dirigente de um dos núcleos da capital e o diretor da UNE, Márcio Trindade (também filiado à UJS), discorreram sobre o trabalho da entidade que se tornou referência sobre essas temáticas ao lançar a campanha “Se Liga 16!!”.
A Direção Nacional da UJS saudou o empenho da aguerrida militância paraense que mobiliza a juventude em torno dessas importantes bandeiras.
Confira algumas partes da entrevista:
Dono do nariz, mas nem tanto
Jovens e especialistas são contra redução da maioridade penal para 16 anos
Eles têm a cara cheia de espinhas, usam roupas da moda, mastigam chicletes e só querem namorar e curtir a vida. Têm entre 16 e 18 anos e se acham donos do próprio nariz. Mas será que alguém nessa faixa etária possui maturidade suficiente para decidir os rumos da sua vida e ser responsabilizado por seus atos? Sou de maior, e agora? Essa pergunta ronda as mentes de milhões de jovens pelo país que, aos 16 anos já podem votar mas, ao mesmo tempo, não podem ser responsabilizados criminalmente pelos seus atos, o que ocorre apenas aos 18 anos. Um projeto de lei, que está tramitando no Congresso Nacional, pode mudar isso. O tema suscita polêmica entre juristas, psicólogos e, principalmente, entre os jovens.
Marcela Cardoso tem 20 anos e cursa Engenharia Ambiental na Universidade do Estado do Pará (Uepa). Como a maioria dos colegas é contra a maioridade penal aos 16 anos. “No processo educacional, aprendemos que as pessoas formam sua personalidade dos 12 aos 16 anos com base no que aprenderam. É um período onde as pessoas adquirem valores e moldam sua personalidade a partir deles. No Brasil, os problemas sociais são grandes e influenciam negativamente as pessoas. Não podemos aceitar que se reduza a maioridade penal justamente porque os jovens são influenciados por esse estado de coisas”, declara.
A estudante diz ter votado aos 16 anos, mas confessa que tinha mais maturidade para escolher aos 18 anos. Ela defende a tese de que as pessoas que votam nessa idade são uma parcela pequena que têm acesso ao conhecimento e a recursos. “A verdade é que a criminalidade está diretamente ligada ao problema social e os que possuem menor renda não têm educação e não votam. Aqui a questão não tem a ver com maturidade ou preparo. A questão é social”, discorre.
MEDIDAS – Para ela, reduzir a maioridade é jogar precocemente o adolescente no precário sistema penitenciário brasileiro. O mais correto, diz, é o poder público trabalhar, juntamente com a sociedade civil organizada, para a aplicação das medidas previstas no ECA. “Os governantes têm a responsabilidade política de tirar essas políticas do papel e transformá-las em realidade”, conclui.
Votar sim, cadeia não
Maílson Lima tem 26 anos e preside a União da Juventude Socialista (UJS) no Estado. A entidade surgiu em 1984 para defender os interesses da juventude e teve como primeiro presidente o atual presidente da Câmara Federal, Aldo Rebelo (PC do B). Atualmente a entidade promove várias campanhas, como a que condena a redução da maioridade penal para 16 anos, a do primeiro emprego e a “Se liga 16!”, que incentiva a juventude a retirar o título de eleitor e exercer sua cidadania. “Uma coisa é decidir os rumos da nação através do voto. A outra é colocar jovens atrás das grades como desculpa para a degradação social que impera hoje no país. A questão é antropológica. Os Estados Unidos reduziram a maioridade penal, mas nem por isso a violência diminuiu”, aponta. Márcio Trindade, vice-presidente do Pará e Amapá da União Nacional dos Estudantes (UNE) diz que as entidades estudantis do país são contra a redução da maioridade penal. “O futuro da juventude no Brasil não pode ser a cadeia”.
Fonte: Jornal Diário do Pará e Direção Estadual da UJS – PA