Juiz afasta possibilidade de decretação de falência da Varig

Segundo ele, os administradores judiciais da Deloitte e a consultoria Alvarez & Marsal, contratada pelos credores para reestruturar a Varig, indicam que a empresa tem viabilidade.

O juiz que acompanha o processo de reestruturação da Varig, Luiz Roberto Ayoub, afastou a possibilidade de decretação de falência da empresa. "Não serei irresponsável em pôr fim a uma empresa que ainda se mostra viável", disse em entrevista coletiva na tarde de ontem.

Segundo ele, os administradores judiciais da Deloitte e a consultoria Alvarez & Marsal, contratada pelos credores para reestruturar a Varig, indicam que a empresa tem viabilidade. De acordo com ele, a Varig é uma empresa que tem um "potencial enorme". Não fosse por isso, não haveria investidores potenciais querendo investir na empresa.
Ayoub disse que não pode permitir a divulgação de "notícias distorcidas". Referindo-se ao noticiário, disse que "marcaram até data (para a Varig parar), só esqueceram de me avisar". O juiz comentou que, até o momento, não entrou nenhum pedido na Vara Empresarial requerendo dilatação do prazo para o pagamento de combustíveis da BR Distribuidora.

Solução existe

Outro sinal de que a crise da Varig caminha para uma solução foi dada hoje pelo presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi. Ele saiu de uma reunião no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, com os juízes que acompanham a recuperação judicial da empresa, sem fazer comentários significativos sobre a situação da companhia aérea. Contudo, ele disse acreditar que a empresa tem uma saída.

"Acredito sim, já tenho declarado, acho que tem alternativa. E o mais importante disso, a Varig continua operando com segurança. O usuário pode usar a Varig com segurança". Zuanazzi informou que não houve nenhum problema com a empresa no feriadão.

Devoluções

Três arrendadores das aeronaves da empresa entraram na Justiça para pedir a reintegração de posse de aviões e turbinas usados pela companhia. A Varig deve cerca de US$ 40 milhões apenas pelo aluguel de jatos. Segundo o portal Invertia, os pedidos chegaram à Justiça na semana passada mas não devem ser atendidos no curto prazo.

Por falta de condições de efetuar a manutenção pesada dos aviões, que custam milhões de dólares, cerca de um terço da frota internacional da Varig, de 24 aviões, está parada, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Esta semana, um Boing-737 será devolvido à empresa de leasing Debris, que preferiu não renovar o contrato com a Varig.

Com a redução da frota em utilização, a Varig está readequando sua malha internacional e muitos vôos têm sido cancelados. Algumas aeronaves maiores foram substituídas e escalas tiveram que ser acrescentadas em algumas rotas.

Da Redação

Com agências