Repressão a protestos no Nepal mata cinco pessoas

Uma pessoa morreu e outras cinco ficaram feridas em mais um dia de protestos contra a ditadura monárquica no Nepal

Uma pessoa morreu hoje e outras cinco ficaram feridas no Nepal, durante o 12.º dia de protestos contra a ditadura imposta por um golpe de estado promovido pelo rei Gyanendra.

O incidente aconteceu nesta segunda-feira no povoado de Nijgarh (250 quilômetros ao sudeste de Katmandu), quando a polícia abriu fogo contra um grupo de manifestantes.

Segundo fontes do Congresso Nepalês (NC), o maior grupo da aliança de sete partidos da oposição, 60 de seus militantes foram detidos nesta segunda-feira e outros 12 ficaram feridos em confrontos com a polícia quando participavam de protestos no vale de Katmandu.

O rei Gyanendra ampliou nesta segunda-feira a zona em que proibiu qualquer tipo de manifestação ou concentração a outros 200 metros do perímetro de 27 quilômetros que marca a fronteira da capital.

O governo prendeu hoje 20 jornalistas por dez meses por terem protestado este fim de semana exigindo liberdade de imprensa.

Dois mil feridos

"Não podemos abandonar o movimento depois de ter adquirido esta dimensão e depois que o governo tentou sufocar este levante deixando mais de duas mil pessoas feridas", afirmou Rajendra Pandey, líder do Partido Comunista Unificado Marxista-Leninista do Nepal.

"Por enquanto, o mais importante é conseguir liberdades civis", acrescentou.

A aliança opositora do país exige a devolução do poder ao povo através da convocação de eleições constituintes para a escolha de um Parlamento, dissolvido em 2002.

Há 14 meses, o rei Gyanendra assumiu o poder absoluto após destituir o governo do ex-primeiro-ministro Sher Bahadur Deuba.

No domingo, o monarca se reuniu com os embaixadores de Índia, EUA e China, três países que têm um papel importante na vida política nepalesa.

Segundo o jornal indiano The Hindustan Times , o embaixador indiano em Katmandu, Shiv Shankar Mukherjee, disse ao rei que devolva o poder à aliança opositora nepalesa "se quiser salvar o possível da monarquia".

Com agências internacionais