Irã pede a Conselho de Segurança que evite erros do passado

O Irã pediu hoje os cinco países que integram o Conselho de Segurança das Nações Unidas mais a Alemanha a evitarem "erros do passado" e darem condições que facilitem um "diálogo construtivo" na

O chefe da Agência de Energia Atômica do Irã e representante do país junto ao conselho da Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA), Ali Larijani, ratificou o andamento dos planos nucleares de Teerã, cuja suspensão foi solicitada pelo Conselho de Segurança, organismo que sanciona países.

Em uma decisão que teve oposição de China e Rússia, dois dos cinco membros permanentes do Conselho – formado também por Estados Unidos, França e Reino Unido — deram um prazo de 30 dias, a partir de 29 de março, para que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio tanto em pequena escala, para pesquisas, quanto em nível industrial.

Terça-feira o Irã anunciou que tinha conseguido completar o ciclo de enriquecimento com 164 centrífugas em sua instalação de Natanz, com nível superior a 3,5%.

O urânio enriquecido, ainda que com níveis diferentes, serve tanto para a construção de armas atômicas quanto para a geração de energia.

O Irã defende seu direito ao desenvolvimento de tecnologia nuclear sob as normas de não-proliferação, com fins pacíficos, orientada à produção de combustível destinado a suas centrais elétricas.

No entanto, Estados Unidos e países europeus consideram que Teerã esconde, sob a declaração de fins pacíficos, planos militares de construção de armamento atômico, apesar de, até hoje, não terem sido reveladas provas nesse sentido.

Os países com direito a veto no Conselho de Segurança e a Alemanha, que integrou a equipe européia de negociadores com o Irã, ao lado de França e Reino Unido, se reunirão amanhã em Moscou para analisar o caso iraniano, remitido ao organismo pela AIEA.

Larijani, chefe do Conselho Supremo para a Segurança Nacional, advertiu que esses países devem "evitar repetir os erros do passado", em alusão à declaração de Londres, de 30 de janeiro, para o envio do caso ao Conselho.

Os cinco países mais Alemanha devem "criar uma atmosfera na qual a porta do diálogo construtivo permaneça aberta", sustentou Larijani. Adiantou que o Irã, apesar de ratificar a continuidade de seus planos nucleares, está "pronto para chegar a uma solução sábia".

O funcionário confirmou que o Irã avançará com seus programas nucleares, sem possibilidade de que esses programas sejam resignados por pressões, e perguntou-se: "Por que deveríamos suspendê-los? Continuaremos nossas atividades com paciência".

Larijani minimizou novamente as advertências da secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, que pediu quinta-feira ao Conselho a adoção de sanções contra o Irã, inclusive recorrendo ao Capítulo VII da Carta das Nações Unidas, que prevê o uso da força.

Esse capítulo da Carta, sobre "Ação em casos de ameaças à paz, quebras da paz ou atos de agressão", prevê, a partir do artigo 42, ações militares quando forem insuficientes outros tipos de caminhos e sanções e a criação de um Comitê de Estado Maior.

"A era da linguagem da força e das ameaças já terminou", advertiu Larijani. O ex-presidente e chefe do Conselho de Determinação do Irã, Akbar Hashemi Rafsanjani, disse hoje no Kuwait que Teerã "não tem intenções" de limitar seus planos nucleares e manifestou que nenhum país deve temer esses programas, desenvolvidos de acordo com as normas de não-proliferação.

O chefe do partido israelense de extrema-direita Beitenu, Avigdor Lieberman, defendeu hoje que seu país deve atacar o Irã, "agindo de forma unilateral" contra o projeto nuclear iraniano.

Com agências internacionais