Projeto de vereador do PCdoB levará hip-hop para escolas de Marília (SP)

A Câmara de Marília, interior de SP, já aprovou projeto de lei do vereador Sydney Gobetti de Souza (PCdoB) para autorizar a prefeitura a criar o programa “Hip Hop é Educação”, que visa oferecer oficinas de hip hop – e outras manifestações culturais ligada



Segundo o projeto do vereador Sydney Gobetti de Souza (PCdoB), as oficinas destinam-se à realização de debates, palestras, aulas de grafite, break, formação de DJ (disc-jóquei – discotecário) e MC (mestre de cerimônias), além de ações voltadas para a valorização cultural e o fortalecimento da cidadania de crianças e adolescentes.


As oficinas deverão contar com os quatro elementos do hip hop – break (dança), grafite (artes plásticas), MC e DJ – e serão desenvolvidas em fins de semana ou em período não coincidente com os de aula.


Os professores da rede pública municipal poderão atuar junto às oficinas que compõem o programa. As escolas poderão realizar parcerias com empresas objetivando doações para suprir despesas decorrentes do desenvolvimento dessas oficinas.


A implantação e a coordenação das oficinas podem ficar a cargo das Secretarias Municipais da Educação e da Cultura e das escolas interessadas em sua instalação.


“O hip hop é uma manifestação cultural principalmente para os jovens das periferias da cidade. O projeto é uma maneira de incentivar uma manifestação artístico-cultural crítica, criando espaços para a juventude desenvolver esse tipo de manifestação”, afirmou Gobetti.


O vereador disse que a elaboração do projeto partiu de uma sugestão feita pela UJS (União da Juventude Socialista).


“O hip hop seria uma atividade extracurricular e acho que é uma experiência que deveríamos realizar. O prefeito sabe da importância de incentivar novas manifestações artísticas e acredito que vá sancionar o projeto”, concluiu.
 
Grafite ainda não chegou às escolas 
 
O grafiteiro Antonio Carlos Salomão de Araújo, conhecido como “Cacau”, conta que a arte é pouco difundida na cidade. Ele diz que falta apoio do poder público municipal para a divulgação.


“Já pedimos um muro da avenida Rio Branco ao lado do Teatro para a Secretaria da Cultura, mas não conseguimos”, diz. Devido à falta de muros disponíveis, o trabalho de Cacau tem sido feito mais em papel.


Cacau elogia o projeto proposto pelo vereador Sydney Gobetti e acredita que as oficinas nas escolas serão uma oportunidade de ampliar a divulgação do trabalho.


“O grafite tem um custo alto, pintar muro não sai barato. O custo para pintar três paredes de um muro saiu R$ 250”, concluiu. Ele diz que está tentando patrocínio em uma loja de tintas para desenvolver o trabalho.


Rede estadual tem projeto em 8 escolas 


Segundo a Diretoria Regional de Ensino, o hip hop está presente hoje em oito escolas estaduais dentro do programa Escola da Família, desenvolvido nos finais de semana.


As escolas são Amélia Lopes Anders, Benito Martinelli, Sebastião Mônaco, Sylvia Ribeiro de Carvalho, José Alfredo de Almeida, Nelson Cabrini, Waldemar Moniz da Rocha Barros e Antônio Reginato, além da unidade da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor).


Segundo o assistente técnico pedagógico do programa Escola da Família, Francisco de Paulo da Silva, os projetos de hip hop desenvolvidos nas escolas envolvem mais a dança. “Esse tipo de projeto atrai o jovem à escola, tirando-o da marginalidade, dos vícios. Torna a escola mais atrativa”, disse.


Cleber Américo dá aula de dança de rua na Febem há cinco anos e conta que os alunos gostam da atividade. Além disso, é professor voluntário na escola Waldemar Moniz.


“É importante para entretenimento, disciplina, eles gostam muito. Ensaiamos a coreografia e fazemos apresentações para as visitas na Febem”, disse.


Ele acredita que o projeto de lei divulgaria mais a cultura do hip hop na cidade. “Para a idade dos alunos das Emefs, funciona mais trabalhar a dança e o grafite. O rap nacional atualmente tem muito palavrão, tem que ser mais educado”, disse Cleber.



Fonte: Jornal Diário