China registra crescimento de 10,2% no primeiro trimestre

A China registrou um crescimento econômico de 10,2% no primeiro trimestre de 2006, o que o presidente chinês, Hu Jintao, considerou neste domingo algo "muito rápido", informou a agência Xinhua. É com esta notícia na bagage

A China registrou um crescimento econômico de 10,2% no primeiro trimestre de 2006, o que o presidente chinês, Hu Jintao, considerou neste domingo algo "muito rápido", informou a agência Xinhua.

"Francamente falando, não queremos um crescimento excessivamente rápido, mas eficácia e qualidade de desenvolvimento, mudar o modelo de crescimento, conservar os recursos, proteger o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida do povo", disse Hu ao presidente honorário do Kuomintang de Taiwan, Lien Chan.

Hu mencionou o número do crescimento do PIB no primeiro trimestre durante sua reunião com Lien, que liderou uma delegação empresarial de Taiwan que participou do Fórum Econômico e Comercial entre os dois lados do Estreito (de Formosa).

No entanto, o presidente da China lembrou a Chan que o rápido crescimento econômico e o grande mercado da China criaram condições favoráveis para impulsionar a cooperação entre ambos os lados do Estreito e novas oportunidades.
 

A China registrou também durante o primeiro trimestre um aumento de 25% tanto nas importações como nas exportações, segundo Hu.

Visita aos Estados Unidos

A convite do presidente norte-americano George W. Bush, o presidente chinês Hu Jintao fará uma visita de Estado aos EUA entre os dias 18 e 21 próximos.

Os responsáveis norte-americanos vão tentar persuadir o presidente chinês a reavaliar o yuan para aliviar as tensões comerciais existentes entre os dois países. O "gigante asiático" já é a quarta potência econômica do mundo.

Hu Jintao chega a um país que tem um défice comercial para com a China de mais de 200 mil milhões de dólares – 165,2 mil milhões de euros – e muitos americanos "questionam se a relação comercial é justa", declarou recentemente o presidente norte-americano, George Bush, adiantando que uma declaração sobre a moeda chinesa "pode ajudá-los a compreender a importância do livre comércio". O défice comercial dos Estados Unidos com a China diminuiu ligeiramente em Fevereiro para 13,8 mil milhões de dólares – 11,4 mil milhões de euros –, mas continua colossal, aproximando-se dos 202 mil milhões de dólares – 166,8 mil milhões de euros – em 2005.

Segundo o director do instituto norte-americano para a economia internacional, Fred Bergsten, as exportações dos Estados Unidos para o "gigante asiático" deveriam crescer seis vezes mais rapidamente que as chinesas para os Estados Unidos. "Doutra forma o desequilíbrio vai agravar-se e dentro de um ano será de cerca de 300 mil milhões de dólares – 247,8 mil milhões de euros –", afirmou.

A moeda chinesa tem, actualmente, uma taxa de câmbio quase fixa em relação ao dólar, mas não foi reavaliada em mais do que dois por cento, o que os norte-americanos consideram insuficiente. "Se eles [chineses] deixarem a sua divisa reavaliar-se na ordem dos 20 por cento e se os outros países asiáticos os seguirem, isso provocará uma redução de 60 a 80 mil milhões de dólares – 49,5 a 66 mil milhões de euros – do défice dos pagamentos correntes americanos", segundo Fred Bergsten. O Tesouro norte-americano deve apresentar nas próximas semanas o seu relatório semestral sobre as taxas de câmbio e poderá nessa ocasião acusar Pequim de "manipular" a sua moeda.

O relatório, que só será publicado depois da visita do presidente chinês, pode, contudo, ser condicionado pelas declarações de Hu Jintao. Parlamentares norte-americanos ameaçam propor sanções comerciais a Pequim se não forem tomadas medidas suplementares para reavaliar o yuan.

Da redação
Com informações das agências