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Itália: Berlusconi não aceita derrota e ainda quer recontagem

Silvio Berlusconi prosseguiu hoje sua tentativa desesperada de impugnar o resultado das eleições legislativas italianas, que deram a vitória a Romano Prodi, proclamando a existência de fraudes de todo tipo e exigindo a verificaç

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, prossegue nesta quinta-feira sua tentativa desesperada de impugnar o resultado das eleições legislativas, que deram a vitória a Romano Prodi, clamando a existência de fraudes de todo tipo e exigindo a verificação de todas as atas eleitorais da votação.

"Os resultados vão mudar porque há fraudes de todo tipo, em toda a Itália e com fatos precisos", afirmou Berlusconi na noite de ontem, após uma reunião com o presidente da República, Carlo Azeglio Ciampi.

"Falei com todos os coordenadores do Força Itália e com representantes dos demais partidos. Há erros nas somas, nos dados, indicações equivocadas", explicou. Entretanto, dirigentes dos partidos da coalizão de centro-direita chefiada por Berlusconi já afirmaram hoje que a eleição foi justa, desmentindo o primeiro-ministro.

Representantes da direitista Aliança Nacional (AN) e da União dos Democrata-Cristãos (UDC) não usaram a palavra "fraude". Já o ministro do Interior italiano, Giuseppe Pisanu, do Forza Itália (partido de Berlusconi), evitou comentar o assunto.

Um dos líderes da AN, o deputado Ignazio La Russa, disse que, pessoalmente, não tinha "informações sobre fraudes", embora tenha acrescentado que não tem acesso às mesmas fontes que Berlusconi.

Ao ser informado sobre o comentário do adversário, Prodi disse que "não há qualquer dúvida" sobre sua vitória. "A situação me parece mais tranqüila agora", disse à imprensa o ex-presidente da Comissão Européia, que conversou na quarta-feira à noite com Pisanu.

"Se livraram de mim?"

"Vocês pensam que se livraram de mim?", perguntou Berlusconi com ironia aos jornalistas. Há dois dias, o premier propôs aos adversários a formação de uma grande coalizão, tendo como exemplo o caso recente da Alemanha. Prodi voltou a reivindicar na quarta-feira e inclusive divulgou as grandes linhas de seu projeto de governo, como a redução da carga fiscal para os trabalhadores e acabar com o monopólio televisivo de Berlusconi.

A vitória de Prodi está nas mãos de uma centena de juízes encarregados de estabelecer o resultado definitivo e verificar quantas das 80.000 cédulas impugnadas (43.028 na Câmara dos Deputados e 39.833 no Senado) são válidas.

Os juízes foram designados pelo tribunal de Apelação e distribuídos por todas as províncias. A recontagem integral dos quase 40 milhões de votos é proibida por lei.

Com agências internacionais