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Irã anuncia que colocará 3 mil centrífugas em operação até 2007
Autoridades do Irã afirmaram hoje que continuarão a produzir combuistível nuclear, aumentando a produção em 2007, a despeito da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que d
Publicado 13/04/2006 13:57
O diretor da Agência da Energia Atômica do Irã, Gholam Reza Aghazadeh, anunciou hoje que seu país planeja colocar 3.000 centrífugas em funcionamento até março de 2007, para produzir combustível nuclear para a produção de energia.
Aghazadeh, citado pela televisão estatal iraniana, fez esta declaração antes de se reunir hoje com o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohammed el Baradei, enviado pela ONU para pressionar o país no sentido de abandonar o projeto nuclear.
Segundo o responsável iraniano, o Irã utilizará "nos próximos anos até várias outras milhares de centrífugas para conseguir a produção de combustível nuclear de forma industrial no país".
"As centrífugas utilizadas no Irã têm até 1,80 metro de altura e são formadas por 200 peças, 94 delas de tecnologia muito sensível e avançada", disse Aghazadeh, ressaltando que estas centrífugas foram construídas por cientistas iranianos.
Aghazadeh também disse que el Baradei visita o Irã em resposta a um convite que ele mesmo tinha feito, e que o responsável internacional não deve visitar instalações nucleares no Irã.
Reunião construtiva
Mohamad el Baradei, classificou de "construtiva" a reunião que teve hoje em Teerã com Ali Larijani, chefe da Agência de Energia Atômica do Irã.
El Baradei disse ter pedido que Teerã "resolva os assuntos pendentes" sobre seu programa nuclear, segundo a TV pública iraniana. "O Irã deve suspender as atividades nucleares durante um período determinado" disse el Baradei, referindo-se à entrega de seu relatório sobre o caso.
O chefe da AIEA acrescentou que não tem informações sobre "qualquer desvio" de combustível nuclear para objetivos não pacíficos. De sua parte, Larijani garantiu que "o Irã cumpre seus compromissos" e que o país anunciará sua postura "durante as duas semanas que restam" até que el Baradei entregue seu relatório.
Sem retorno
Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, afirmou que seu país não voltará atrás em seu programa nuclear. Para ele, é inegociável o direito de o povo iraniano possuir tecnologia atômica. "Nossa situação mudou completamente. Agora somos um país nuclear e falaremos com os demais Estados como um país nuclear", declarou Ahmadinejad.
Ahmadinejad reiterou que o programa de seu país tem fins pacíficos e que não viola os princípios da legislação internacional. "A produção de combustível nuclear não contradiz os princípios da AIEA, e a tecnologia nuclear para fins pacíficos não constituirá nenhuma ameaça para qualquer país", afirmou o presidente do Irã.
"Não aceitaremos a injustiça em relação a qualquer outro país e não permitiremos que seja praticada contra nós", afirmou. Ahmadinejad anunciou na terça-feira (11) que Teerã tinha completado o ciclo de produção de combustível nuclear, o primeiro passo no processo de enriquecimento de urânio.
Além disso, o vice-diretor da Agência de Energia Atômica do Irã, Mohamad Saidi, anunciou ontem que seu país começará a enriquecer urânio em grande escala, apesar das crescentes pressões da comunidade internacional.
O Conselho de Segurança (CS) da ONU aprovou um comunicado no dia 29 de março no qual exige que o Irã interrompa as atividades de enriquecimento até 28 de abril, mas a contragosto dos EUA e da União Européia, que desejavam um comunicado que determinasse também a adoção de sanções econômicas.
Com agências internacionais