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Piauí terá candidato mais velho do Brasil

Jornalista, ensaísta literário, dramaturgo e escritor. Velho somente na idade, mas muito jovem de mente, Júlio Romão da Silva, com 88 anos de idade é o pré-candidato às eleições de 2006 de m

Prestes a completar 89 anos de idade, Júlio Romão não parou com o avançar do tempo. Ao ouvi-lo falar sobre seus projetos é como ouvir um jovem em início de carreira. “Eu pretendo me eleger deputado e quando conseguir não vou querer carros oficiais, vou usar o dinheiro para ajudar entidades carentes, tenho muitos projetos culturais a serem apresentados na Assembléia”, planeja Júlio Romão.

 

Natural de Teresina, o pré-candidato, nasceu de família muito humilde, em 22 de maio de 1917, mas construiu sua vida de forma gloriosa. Hoje é conhecido no meio intelectual do Piauí como grande escritor e teve seu trabalho reconhecido em todo o país. No Rio de Janeiro, onde residiu por muitos anos, foi homenageado por parlamentares daquela cidade com o título de cidadão carioca e teve uma rua intitulada com seu nome. Em Brasília foi entrevistado por revistas e jornais de destaque nacional por suas contribuições à literatura brasileira. Em uma de suas entrevistas, Júlio Romão, revelou que desistiu de disputar uma vaga na academia brasileira de letras em favor de seu conterrâneo, o piauiense jornalista Carlos Castelo Branco.

 

Júlio Romão conviveu com grandes nomes da cultura brasileira, entre eles Jorge Amado e Graciliano Ramos, com quem aprendeu alguns segredos de viver bem. “Não tenho medo da morte, como dizia meu amigo, Graciliano Ramos, nós não morremos, nos encantamos”, cita quando questionado sobre a vida e a morte.

 

Mas na conversa com Júlio Romão não há espaço para falar da morte, seus feitos intelectuais como escritor e jornalista são muitos e só há lugar para descrevê-los e elogiá-lo. Diplomado em marcenaria em 1936 na então Escola Técnica Federal do Piauí, formou-se em Filosofia na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil no Rio de Janeiro, ajudou a fundar o IBGE, onde se tornou funcionário no cargo de Técnico em Comunicação Social, como jornalista colaborou com vários órgãos da imprensa carioca, no jornal Correio da Manhã trabalhou durante 10 anos, foi repórter político e responsável pelo caderno Suplemento Econômico, publicou sonetos nos jornais Gazeta de Teresina e Combate de São Luis.

 
Escreveu sobre a história do Piauí, história do povo indígena, biografias e poesias. Entre os títulos publicados estão, Memória histórica sobre a transferência da capital do Piauí, Luis Gama e suas poesias satíricas, Vida e obra de Teodoro Sampaio, A maçonaria, os destinos políticos do Brasil e a atualidade brasileira, Evolução do estudo das línguas indígenas do Brasil, A mensagem do salmo, Cera de carnaúba e cacau, O golpe conjurado.