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Oposição não encontrou eixo da campanha, diz cientista político

O resultado da mais recente pesquisa Datafolha, que mostra a redução da diferença entre os pré-candidatos do PSDB, Geraldo Alckmin, e do PMDB, Anthony Garotinho, de 11 para 5 pontos percentuais, e a manutenção da

"A principal leitura dessa pesquisa é que a candidatura de oposição (Alckmin) ainda não decolou porque tucanos e pefelistas ainda não encontraram o eixo desta campanha", considerou Abrucio. Com base nesse quadro, ele acha possível que o discurso e a própria estratégia da oposição sofram alterações. "A ética continua sendo um fator importante, mas não a questão dominante, em razão da maneira como o Congresso Nacional conduziu as investigações e da falta de punição aos parlamentares envolvidos nos escândalos", emendou.
Para Abrucio, a própria oposição contribuiu para esse desfecho porque "se preocupou mais em jogar lama no presidente Lula do que em investigar". E continua: "Se continuar esse jogo de acusações, a campanha será de péssima qualidade". O professor destaca ainda o surgimento de acusações contra o candidato tucano. "Se a oposição ficar só no ético, sem abordar esses flancos, a candidatura Lula poderá ser favorecida", reiterou.

Dois mundos

O também cientista político da Tendências, Rogério Schmitt, comentou o fato dos problemas políticos no governo Lula não terem afetado sua performance perante o eleitorado. "Acho que as pesquisas mostram que existem dois mundos. O real, do eleitor, e o paralelo, em Brasília. Existe uma dissociação muito forte entre os dois mundos", disse.

Para Schmitt, a crise política não está afetando muito a opinião pública.

Ainda assim, ele acredita que a oposição deve continuar apontando os escândalos de corrupção no governo para tentar prejudicar a imagem de Lula. "Os escândalos estão demostrando irrelevantes do ponto de vista eleitoral, mas a oposição não deve abandonar a estratégia mais agressiva", avaliou.

Crescimento sazonal

Para Abrucio, o crescimento da candidatura Garotinho é resultado das recentes exposições do ex-governador nos programas de sua legenda, o PMDB. "Acredito que este crescimento seja sazonal, mas é importante ficar atento às próximas pesquisas porque até junho (mês das convenções partidárias para registro das candidaturas) muita água vai rolar".

A mesma avaliação é feita Schmitt. O crescimento de Anthony Garotinho nas pesquisas pode não se sustentar, avalia. A melhora na última pesquisa Datafolha coincidiu com a propaganda eleitoral gratuita do PMDB. "Sempre que um presidenciável aparece bastante, isso tem reflexo favorável nas pesquisas", explicou, em entrevista ao Broadcast Ao Vivo. Schmitt chamou a melhora de Garotinho de "crescimento sazonal".

Com informações
da Agência Estado