Manifestações de imigrantes agitam EUA

Os Estados Unidos estão em ebulição. Ao longo desta segunda-feira, centenas de milhares de manifestantes têm protestado contra as rígidas leis americanas e em defesa de imigrantes ilegais. É a chamada “campanha pela dignid

Na sexta-feira, o Senado reprovou lei que legalizaria a situação de 83% dos 12 milhões de imigrantes clandestinos. O resultado da votação foi o estopim para a “Passeata de Dallas”, que reuniu mais de 250 mil pessoas, trajando camisa branca, ontem à tarde, na cidade onde o ex-presidente John Kennedy (1960-1963) foi assassinado. A luta dos manifestantes, ontem e hoje, é por reformas radicais na Constituição americana, com a inclusão de leis mais flexíveis para moradia e trabalho de estrangeiros. O Congresso vai debater, nesta semana, o destino desse contingente. Os deputados estão divididos.

Faixas com dizeres como “Residência permanente” e “Um justo caminho para a cidadania” deram o tom dos eventos desta segunda-feira. Em Nova York, as passeatas — em direção ao prédio da prefeitura de Manhattan — foram promovidas por cem organizações. Reuniram “várias dezenas de milhares”, de acordo com porta-voz da Coalizão de Imigração de Nova York. Para o mexicano Joel Neto, 43 anos de idade e dez de imigração, os imigrantes são mão-de-obra barata e indispensável aos Estados Unidos. “Não somos delinqüentes, somos mão-de-obra barata. Eles não querem nos regularizar, mas precisam do nosso trabalho.”

Foi em Washington que se contaram as principais manifestações. Mais de 250 mil imigrantes se reuniram em frente ao Congresso. No sul da Califórnia, o “direito à legalização” pautou centenas de imigrantes, majoritariamente latinos-americanos, que fizeram protestos ao longo da tarde. O grupo se encaminhou para o centro de Los Angeles, onde as manifestações se unificaram às 21 horas (horário de Brasília).

Os hispânicos representam 44,6% da população da cidade americana e 32,4% da Califórnia. Na cidade de Lexington, no Kentucky, as faixas diziam: “Fomos todos imigrantes um dia”; “Não somos terroristas”.

Com Associated Press e France Press