Petrobras quer retomar fluxo de gás da Bolívia em cinco dias

A Petrobras espera restabelecer, em até cinco dias, o fluxo de gás natural boliviano para o Brasil, que foi reduzido semana passada em função do rompimento de um duto no país vizinho. A empresa iniciou na sexta-feira os reparos no duto danificado e a expe

A retomada das obras só foi possível porque o governo boliviano conseguiu pôr fim ao bloqueio de estradas realizado desde o início da semana por moradores da região afetada pelas chuvas. No sábado, por volta do meio-dia, os manifestantes iniciaram a retirada dos veículos que impediam o trânsito em uma das principais estradas do sul do país, permitindo o acesso à tubulação, que transporta o condensado (tipo de óleo) produzido junto ao gás nos campos de San Alberto e San Antonio.

Segundo a estatal, estão sendo empregados todos os esforços para retomar, o mais rápido possível, o fluxo normal de importações de gás boliviano, que girava em torno dos 26 milhões de metros cúbicos por dia antes do acidente e foi reduzido em 20% já a partir de quinta-feira passada. O plano de racionamento elaborado pelo MME previa a redução do fornecimento para térmicas, refinarias e, em última instância, para as distribuidoras estaduais de gás canalizado, com um limite de 12% do volume contratado.
Pleito
O governo espera que, se o trabalho de recuperação dos dutos bolivianos não tiver mais imprevistos, o racionamento não chegue a atingir as indústrias. Neste fim de semana, distribuidores e consumidores já começaram a discutir como seriam os cortes. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Petrobras afirmou que não teve responsabilidade no episódio, respondendo a críticas feitas anteontem pelo secretário de energia, indústria naval e petróleo do Rio, Wagner Victer, para quem houve imprevidência na condução do problema.
Primeiro, foram as fortes chuvas no sul da Bolívia, que provocaram o rompimento do duto; depois, manifestações populares impediram o acesso ao local, explicou a companhia. Três municípios da região pedem direitos sobre uma área conhecida como Chimeo, sede do campo de gás Margarita, segunda maior reserva boliviana. Desde o início da semana, moradores bloquearam a estrada com cerca de 500 caminhões e ônibus para forçar uma manifestação do governo central da Bolívia. O vice-ministro de Descentralização, Fábian Yáksic, garantiu que o pleito será analisado em 30 dias, em troca do fim dos protestos.

Com informações da
Agência Estado