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EUA podem ter maior mobilização de imigrantes da história

Os Estados Unidos podem ter na segunda-feira (10) a maior mobilização em defesa dos direitos dos imigrantes da história. Cristina López, subdiretora executiva do Center for Community Change, um dos grupos que participa do megaevento, espera que a convocaç

"Na maioria das cidades haverá marchas, mas algumas, como Dallas, optaram pelo boicote de produtos, e outras, como Telluride (Colorado), pela greve entre os hispânicos", disse López. "O Dia Nacional de Ação pela Justiça para os Imigrantes" procura, segundo seus organizadores, que os 12 milhões de ilegais no país tenham a sua voz ouvida. Entre suas reivindicações está a de um sistema que permita a regularização da situação de todos os imigrantes ilegais, a reunificação familiar e a proteção dos direitos trabalhistas dos hispânicos. "Com mensagens de ódio e racismo em nossas assembléias legislativas e na televisão, é crucial que cada um faça o que puder para fazer o apoio aumentar", diz o site que os organizadores criaram por ocasião da mobilização de segunda-feira (www.april10.org).
Entre os coordenadores do evento estão sindicatos, organizações pró-imigrantes e igrejas. Os meios de comunicação hispânicos, sobretudo os locutores de rádio com alcance nacional, também ajudaram a divulgar as marchas. Alguns, como Pedro Rojas, editor executivo do jornal La Opinión, de Los Angeles, acham que esses locutores de entretenimento fizeram o possível para que a manifestação realizada na cidade californiana no mês passado tivesse uma participação em massa. "Eles mobilizaram muitas pessoas", disse Rojas, assegurando que os organizadores da manifestação nunca pensaram que seriam capazes de mobilizar mais de 500 mil pessoas.
Críticas de Bush
A manifestação de segunda-feira será realizada no dia em que o Congresso dos Estados Unidos entra em seu recesso primaveril de duas semanas e apenas três dias depois que as disputas partidárias impediram a votação na sexta-feira de uma lei que decidirá o destino dos ilegais. Apenas 38 senadores votaram na sexta-feira a favor de concluir o debate e passar para a votação final – 60 deles votaram contra -, o que, praticamente, derruba a proposta de lei. Senadores dos dois partidos apresentaram na quinta-feira a medida como um bom "meio termo" que permitiria a regularização de sete milhões de ilegais e um programa de trabalhadores temporários para o restante.
Mas o que realmente deixou os latinos revoltados foi a proposta que pede a deportação de todos os ilegais, a construção de um muro na fronteira entre Estados Unidos e México e punições aos que ajudarem os que não possuem residência legal no país. A proposta que for aprovada pelo Senado terá que ser harmonizada com a da Câmara de Representantes, o que promete deixar o debate migratório em primeiro plano da atualidade política nos próximos meses. O presidente George W. Bush, se referiu à reforma migratória durante seu discurso radiofônico semanal, em que culpou o líder democrata no Senado, Harry Reid, de bloquear a votação do projeto de lei. Bush pediu à oposição que acabe com suas "táticas" e lembrou que a imigração é um assunto que mexe com os ânimos de todos e de uma importância vital para o governo.  Ele é favorável a um programa de trabalhadores temporários e de reforçar a segurança nas fronteiras.
Com agências