Empate eleitoral na Itália deixará país ingovernável

Um empate entre as coalizões de direita e esquerda nas eleições de domingo e segunda-feira na Itália é uma séria hipótese e um verdadeiro quebra-cabeças, pois poderia levar a várias e difíceis alternativas: um governo de grande coalizão, um executivo técn

Se acontecer o tão temido empate, a maioria dos líderes políticos italianos já se pronunciou a favor de novas eleições por achar que a Itália ficaria "ingovernável" se uma das duas coalizões não conseguir a maioria tanto na Câmara de Deputados, como no Senado. "Será preciso voltar a votar", afirmou na semana passada o líder da oposição, Romano Prodi, referindo-se a essas previsões que dão a maioria à sua coalizão de centro-esquerda na Câmara, enquanto que a centro-direita do primeiro-ministro Silvio Berlusconi ficaria com a do Senado. "Seria um desastre", declarou, por sua parte, o atual chefe de governo, Silvio Berlusconi.

A Itália adotou há seis meses a votação proporcional, mudando assim o sistema eleitoral do país. "Está se jogando tudo no Senado, porque na Câmara de Deputados o vencedor obterá um prêmio que lhe permitirá com segurança obter a maioria", explicou recentemente o chanceler Gianfranco Fini, líder da Aliança Nacional (AN, direita), o principal aliado da coalizão de Berlusconi. "No Senado, ao contrário, a maioria é obtida segundo o peso de cada região", acrescentou Fini. Segundo ele, três regiões serão decisivas: Piamonte, Apulia e Lázio.

Presidente

Em compensação, nessas três regiões, que estão muito povoadas, o resultado da votação é considerado incerto e isso aumenta ainda mais o medo do tão temido "pareggio". Piamonte poderá ser determinante para Berlusconi, que se não vencer nessa região perderá o Senado. Esta opção complica pelo fato de que o mandato de Carlo Azeglio Ciampi, de 85 anos, como presidente da República termina no próximo 18 de maio.

Desta forma, o novo parlamento deverá eleger os presidentes da Câmara e do Senado, que designarão o sucessor do chefe de Estado. Será o novo presidente do país que terá de tomar conta dos dados das legislativas e, em caso de absoluta impossibilidade de governar, dissolver o Parlamento e convocar novas eleições, desde que não decida colocar em andamento uma rodada de consultas para tentar formar um governo de coalizão ou técnico. "Tudo dependerá da personalidade do novo presidente da República", disse Fini.

Com agências