Equador: protesto contra o TLC deixa um morto e dois feridos

Pelo menos um estudante morreu e outros dois ficaram feridos em Cuenca, no sul do Equador, durante um protesto contra o Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos

Um médico do hospital Santa Inés de Cuenca, para onde foram transferidas as vítimas, informou à imprensa que um dos feridos, o estudante John Montesdeoca, morreu poucos minutos depois de chegar ao local, devido a um tiro no peito. Outro dos feridos foi deixado no mesmo hospital, ferido por um tiro na coxa, enquanto a terceira vítima foi transferida a outro centro médico da cidade, acrescentou a fonte.

Vários estudantes que participavam das manifestações disseram aos jornalistas que cobriam a manifestação que os policiais dispararam contra os alunos. Segundo essas testemunhas, ouviu-se uma rajada de disparos – supostamente de metralhadora – durante o protesto, e logo depois as três vítimas desabaram no chão.

Alunos de três colégios de Cuenca tinham organizado o protesto para apoiar as mobilizações que diversos setores da sociedade equatoriana promovem contra o TLC, por considerar que o acordo comercial com os EUA constitui uma ameaça para os interesses do país.

O incidente ocorreu poucas horas depois que as organizações indígenas, que protestam desde 13 de março contra o TLC, anunciaram uma trégua ao governo por ocasião da Semana Santa. A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) tem qualificado o presidente do país, Alfredo Palacio, de ditador e critica a ordem que deu de repressão "brutal" contra as manifestações.

O governo equatoriano declarou um estado de exceção nas províncias de Imbabura, Cotopaxi, Chimborazo e Cañar, assim como em partes de Pichincha, onde os protestos se intensificaram há duas semanas. A Conaie acusa o governo de manter na prática o estado de exceção em todo o país, pois o Executivo também reforçou a presença militar e policial em outras áreas do país.

O governo de Quito insistiu que não permitirá os protestos e acrescentou que só assinará o TLC caso o tratado convenha ao país, embora tenha negado os pedidos dos indígenas, que exigem a suspensão das negociações com os EUA e a convocação de um plebiscito para que a população aprove ou rejeite o acordo comercial.

Da Redação
Com agências