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Embraer não desistiu de vender aviões Tucanos à Venezuela

A Embraer não reconhece a desistência, por parte do governo venezuelano, das negociações para a comercialização de 20 aeronaves de ataque leve Super Tucano, que renderia à empresa, cerca de US$ 170 milhões. Segundo a Embraer, o contrato não foi certificad

Ainda de acordo com a Embraer, o Super Tucano será utilizado no treinamento de pilotos militares e em missões de ataque leve, como interceptação de aeronaves ilícitas.

A Embraer precisa da certificação por parte do ministério da Defesa da Venezuela, para informar aos governos dos Estados Unidos e da União Européia sobre o usuário final do produto, no caso o Super Tucano.

Como o avião utiliza equipamentos de origem norte-americana e européia, estes governos têm de emitir o Certificado de Usuário Final (End User Certificate), uma espécie de autorização para que o negócio prospere.

Prestar esclarecimentos

O presidente venezuelano Hugo Chávez informou no início da semana que o negócio não seria fechado por interferência norte-americana, embora tenha garantido que seu objetivo não é atacar países vizinhos ou provocar uma corrida armamentista na região.

O presidente da empresa, Maurício Botelho, deverá ser convocado a prestar esclarecimentos na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, por conta do impasse.

Deputados e senadores também querem ouvir o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sobre as negociações que estariam sendo realizadas nos Estados Unidos, para que a Embraer seja autorizada a concretizar o negócio com o governo de Chávez.

Ameaça dos Estados Unidos

Os Estados Unidos teriam ameaçado não fornecer mais os componentes para os aviões da Embraer, fabricados no país, como a hélice da Hartzell e o motor da Pratt & Whittney Canadá, subsidiaria da United Tecnologies. Os Estados Unidos são também o maior cliente da Embraer, que está entre as quatro principais empresas do setor no mundo.

Quando Hugo Chávez denunciou que os Estados Unidos estavam ameaçando o Brasil para que não negociasse os aviões com a Venezuela, o governo norte-americano declarou que estava exercendo sua prerrogativa em relação à Lei de Controle de Exportação de Armamentos dos Estados Unidos. Essa lei exige licença específica para a exportação de equipamentos com tecnologia norte-americana.

Prejuízo de milhões

Para o senador Aloízio Mercandante (PT-SP) que aprovou no Senado moção de repúdio à atitude do governo dos Estados Unidos, "a decisão configura grave ingerência nos assuntos de política externa do Brasil e da Venezuela". Mercadante lembrou que a Embraer é uma empresa estratégica para o Brasil e que o veto dos Estados Unidos representa um prejuízo de milhões de dólares.

"Os aviões que seriam exportados, embora robustos e confiáveis, são classificados como aeronaves de treinamento e de ataque leve, não possuindo tecnologia de ponta que possa afetar o equilíbrio estratégico do continente", afirmou.

Trata-se de uma aeronave utilizada no patrulhamento da Região Amazônica, para o combate ao narcotráfico e ao contrabando, uma vez que os narcotraficantes se utilizam de pequenos aviões para realizar tais operações.

A Venezuela anunciou que vai abrir negociações com a Rússia para encontrar uma aeronave que atenda às necessidades do País.

Fonte: Inforel