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PT, PSB e PCdoB indicam plataforma, comando e mobilização

Entrou pela madrugada desta quarta-feira (5) uma reunião das direções nacionais do PT, PSB e PCdoB, na residência do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), em Brasília. Na pauta, a situaç&atild

Aldo tem propiciado e hospedado contatos entre diferentes setores políticos, na residência oficial no Lago Sul de Brasília. A reunião da noite passada, que foi àté as 2 horas da madrugrada, contou com a presença dos presidentes das três legendas – Ricardo Berzoini, do PT, Eduardo Campos, do PSB, e Renato Rabelo, do PCdoB – e ainda do ministro Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e de Ciro Gomes, ex-ministro e expoente do PSB, além do anfitrião.

 

"Responder à investida”

 

"Foi uma conversa muito produtiva”, avalia Renato, salientando que, desta vez, os participantes saíram com tarefas concretas. “Há um entendimento comum de que estamos vivendo uma situação bastante grave em função dessa investida que faz a oposição, na luta persistente para voltar ao poder”, agrega.

 

“Como se sabe, essa crise política se desdobra, desde meados do ano passado, com períodos de pico e outros de certo amainamento”, comenta o presidente do PCdoB. A reunião registrou um “pico”, um momento de “instabilidade forte”. Conforme os dirigentes dos três partidos, dois fatores que contribuiram para isso: as pesquisas pré-eleitorais, que voltaram a colocar Lula como o favorito; e a aproximação do pleito, daquia a cinco meses e alguns dias.

 

A reunião se concentrou então nas medidas para “responder à investida tucano-pefelista. E concluiu com medidas políticas imediatas.

 

Um documento dos três partidos

 

“Há uma constatação comum de que seria necessário elaborar um documento. Este não será a comentada “Nova Carta aos Brasileiros”, que compete a Lula, diz Renato, mas um posicionamento dos três partidos, amplamente divulgado”, visando orientar a militância e aqueles que podem se direcionar a partir deste campo.

 

Será um texto curto e direto. Mostrará o que representa o governo Lula, a situação que encontrou e as realizações destes três anos e alguns meses, comparando-as com os oito anos de Fernando Henrique Cardoso. Indicará que o governo Lula preparou o país para um ciclo de desenvolvimento acentuado – anseio que persiste –, para o destravamento da produção e do investimento. O documento incluirá também – todos concordam – “uma crítica contundente à provocação da oposição, com sua cruzada falsamente moralista, atitudes explícitas de golpismo e tentativas de poder paralelo”, adianta Renato. E proclamará a necessidade de “empreender um desenvolvimento forte, voltado para quem produz e trabalha”.

 

Coordenação, mobilização, alianças

 

A reunião concluiu em segundo lugar pela necessidade de montar desde já uma coordenação conjunta, uma espécie de estado-maior, para a batalha eleitoral. Este terá de imediato a participação dos três partidos, mas pode vir a incorporar outros setores, sobretudo o PMDB. E cuidará tanto da condução política geral como da articulação política e da aglutinação das forças desse campo. Na formulação de Ciro Gomes, tratará “tanto do atacado como do varejo”. Foi definido um local físico para a corrdenação funcionar – inicialmente na sede do PT em Brasília.

 

Os dirigentes resolveram que é preciso convocar um encontro dos seus partidos com os movimentos sociais de maior expressão nacional. E discutir com eles um trabalho de mobilização, em função de suas reivindicações, mas também em defesa do governo Lula e na luta por um novo mandato.

 

Face a um quadro de dispersão, a reunião indicou ainda um esforço para aglutinar as forças da base de apoio à candidatura Lula. Neste ponto Aldo Rebelo interveio chamando atenção para a importância do PMDB. Este calcula ter candidatos competitivos em 15 dos 27 Estados, talvez 17, e pode eleger mais de cem deputados federais. Os presentes decidiram fazer esforços, levando em conta as particularidades da legenda, para tentar atraí-la para o campo pró-Lula.

 

De São Paulo,
Bernardo Joffily