Estudante afirma que conseguiu vencer barreiras com ProJovem

Para 8.500 jovens dos bairros pobres de Fortaleza, que não tinham terminado o primeiro grau, o ProJovem acabou sendo mais do que uma oportunidade de terminar os estudos, mudando a própria vida de muitos deles.

É o caso de Francisca Roseane Gomes da Silva Lenadro, que aos 16 anos deixou a escola na sexta série. Como tantas outras adolescentes pobres, Roseane tinha ficado grávida e não podia mais estudar. Hoje, aos 23 anos, ela voltou a estudar, mesmo tendo mais dois filhos, um dos quais com apenas um mês de idade que ela precisa levar consigo todas as noites para a escola.

Ela diz que a bolsa de R$ 100,00 foi a primeira coisa que a atraiu no programa, mas o que pesou na sua decisão foi a chance de fazer em apenas um ano as três séries que ainda faltam para concluir o primeiro grau. Hoje, seis meses depois, porém, ela avalia que o ProJovem lhe deu mais do que isso.

"Eu já consegui vencer muitas barreiras e olha que ainda nem terminou. Além de eu ter aprimorado meus conhecimentos com as matérias, conheci pessoas novas, participei de grupos juvenis. Coisas que antes eu tinha".

Líder de classe, a estudante que mora numa casa simples de apenas um quarto, foi convidada para representar os alunos durante a visita do presidente do Banco Mundial a Fortaleza. E ela não esconde que adorou a experiência.

Segundo o coordenador geral do ProJovem em Fortaleza, Afonso Tiago de Souza, mais da metade dos 8.500 jovens inscritos no programa em 2005 é composta por moças como Roseane que foram mães na adolescência.

Mas ele acredita que para todos, indistintamente, o ganho mais notável do ProJovem é o de ter dado aos jovens a chance de participar da vida da comunidade .

"Se eu tivesse que destacar um ponto fundamental do ProJovem, eu diria que é a ação comunitária, o fato dos jovens estarem se organizando na comunidade deles, pra buscar alternativas para melhorar a vida". – diz.

Ele conta que na Estação Maraguapinho, primeiro núcleo do programa a ser montado em Fortaleza, os jovens tiveram a iniciativa de começar um projeto de atenção a DST/Aids e foram, por conta própria, buscar o apoio da Secretaria de Saúde.

Afonso diz que agora a meta da Prefeitura de Fortaleza é dobrar o numero de alunos no programa, passando a 15 mil. E garante que infra-estrutura para isso o município tem..

"Há salas suficientes e os professores perderam o receio inicial que tinham em dar aulas na periferia porque os próprios alunos se encarregam de garantir a segurança deles. Chegam até a acompanhar até o ponto de ônibus" – conta.

Fonte: Agência Brasil