Congresso Nacional da CUT debate conjuntura e define estratégias de luta para o próximo período

Na sexta-feira, haverá eleição da nova diretoria da Central
Prossegue em São Paulo, no Anhembi, o 9° Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (9° CONCUT). Aberto na noite de segunda-

Na sexta-feira, haverá eleição da nova diretoria da Central

Prossegue em São Paulo, no Anhembi, o 9° Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (9° CONCUT). Aberto na noite de segunda-feira (05/06), o evento acontece até a sexta-feira (9/06), quando será eleita a nova direção da Central. O Congresso, o maior da história da CUT, conta com a presença de cerca de 2.500 delegados e delegadas de todo o país. Desses, aproximadamente 250 são de Minas Gerais.
A abertura foi concorrida. Além dos congressistas, o 9° CONCUT recebeu delegações de mais de 20 países, representantes dos partidos PT, PCdoB, PSB e Psol, do MST, das centrais sindicais CGT, Força Sindical e CGTB; diversas lideranças políticas, como o presidente da Câmara Federal, Aldo Rebelo, o senador Eduardo Suplicy e o candidato do PT ao governo paulista, o senador Aloisio Mercadante, entre outros.
O presidente da CUT Nacional, João Felício, candidato à reeleição, destacou que a Central é a mesma desde a sua criação, nos anos 80, pois mantêm na sua essência características como o inconformismo e a rebeldia. Ele frisou que a Entidade jamais vai abrir mão dos direitos históricos dos trabalhadores, conquistados e previstos na CLT. Felício rechaçou declarações que apontam uma possível redução no quadro de filiação da CUT. “Este é o maior congresso já realizado pela CUT, o que contraria a tese daqueles que pregam o enfraquecimento da nossa Central”.
Ontem, no segundo dia de Congresso, os debates se deram em torno das conjunturas nacional e internacional, com a apresentação de teses pelas forças políticas que compõem a Central. Em um segundo momento, o intelectual italiano e professor universitário Antonio Negri e o filósofo brasileiro Emir Sader conversaram com os delegados e delegadas sobre as mudanças no mundo do trabalho.
Negri abordou o movimento trabalhista internacional, principalmente na Europa, e quais os desafios impostos para uma central como a CUT. "Há 30, 40 anos, o movimento sindical europeu vivia em crise, com o avanço de políticas neoliberais, mas conseguiu resistir. Uma central sindical como a CUT tem que se posicionar como organização social, compreendendo as mudanças no mundo do trabalho e se inserindo firmemente na luta contra a hegemonia capitalista".
Emir Sader, por sua vez, propôs ao movimento sindical um grande levantamento para "se conhecer" a nova classe operária do Brasil. "O capitalismo e a elite branca renegaram uma imensa gama de pessoas à marginalização. É função da CUT e do movimento sindical saber quem são os que estão na periferia do sistema para poder ter uma política de inclusão", disse Emir Sader.
Programação
   Hoje, além de fazer um balanço do mandado da atual direção (gestão 2003/2006), o Congresso irá debater e votar resoluções sobre as estratégias da CUT para o próximo período, em torno dos seguintes eixos: eleições 2006 (o papel da CUT frente aos projetos em disputa); emprego, salário, desenvolvimento e inclusão social; democratizaçao do Estado, políticas públicas e universalização de direitos.
Os debates prosseguem amanhã, quinta-feira, em torno dos temas: Fortalecimento da Estrutura e Organização da CUT e Relação com os movimentos sociais.

Na sexta-feira, será votado e aprovado o plano de ação e de luta da Central Única dos Trabalhadores. Haverá, ainda, a eleição da Direção Executiva Nacional e Conselho Fiscal (gestão 2006/2009). A expectativa é a de que o resultado seja divulgado por volta de 15h.

07.06.06 – Assessoria de Imprensa: BH – Eficaz Comunicação
Em São Paulo – (Valéria Rodrigues)