A vitória virá do confronto entre projetos e com o povo nas ruas

A última semana da campanha eleitoral é marcada por intenso debate de ideias e mobilização popular. A presidenta Dilma, candidata à reeleição pela coligação Com a Força do Povo, demarcou nitidamente os campos, mostrou o que está em jogo, reforçou sua identidade democrática, patriótica e popular e deixou à mostra, com denúncias consistentes e bem feitas, o caráter antipopular, neoliberal e reacionário do candidato tucano Aécio Neves.

Desde a redemocratização do país e a realização das primeiras eleições presidenciais, em 1989, a campanha que ora se encerra foi a mais acirrada e aquela em que ficou mais marcado o embate político e ideológico entre dois projetos antípodas, o que inevitavelmente marcará o desenvolvimento da luta política desde o primeiro momento pós-eleitoral e terá inevitáveis implicações no realinhamento de forças partidárias.

O confronto entre a candidata das forças progressistas, Dilma Rousseff, e o representante do que há de mais reacionário na sociedade brasileira é a expressão da luta entre duas grandes correntes políticas, que por sua vez correspondem a forças sociais antagônicas.

É o Brasil democrático e popular, patriótico e anti-imperialista em confronto contra o Brasil autoritário, antissocial e antinacional. O Brasil dos trabalhadores das cidades e do campo, das camadas intermediárias, do empresariado produtivo e vinculado ao desenvolvimento nacional, contra o Brasil da grande burguesia monopolista-financeira, da sujeição ao imperialismo. O Brasil da luta pelo desenvolvimento nacional soberano, pelo progresso social, por mais mudanças, pelas reformas estruturais democráticas, contra o retrocesso da era FHC.

Aécio Neves foge sorrateiramente desse embate. Tendo optado pela desqualificação do governo e da mandatária, é incapaz de apresentar uma só proposta que indique um rumo de renovação do que quer que seja na vida política e social do país, ignora sistematicamente as realizações que mudaram a feição e a natureza da sociedade brasileira nos últimos 12 anos. Acovardado perante a evidência dos fatos, não vai além dos questionamentos vazios sobre por que o governo não promoveu antes as reformas propostas durante a campanha e, dando a prova provada de que não tem nada a oferecer, afirma que vai dar continuidade às vitoriosas políticas sociais do governo da presidenta Dilma.

Aécio deseduca, desinforma, tergiversa e mente. Mas o povo vai aprendendo com a própria experiência que as mudanças que a nação reclama – massacrada por séculos de opressão das classes dominantes e o imperialismo – dependem de tempo, persistência, continuidade e, sobretudo, horizonte histórico.

A demonstração cabal do fracasso da estratégia política e eleitoral de Aécio Neves foram as pífias manifestações que o PSDB e seus aliados organizaram em algumas cidades na última quarta-feira (22). Ele próprio, FHC et caterva, artistas decadentes e ex-futebolistas que se transformaram em fenômeno de estultice, não tendo o que dizer, perderam-se em insultos e na mesmice de palavras de ordem que não pegam, tipo “Fora Dilma” e “Adeus PT”.

A última semana da campanha mobilizou intensamente o povo brasileiro. Neste aspecto ficou também demonstrada a divisão entre o Brasil democrático, patriótico e popular, por um lado, e o Brasil da reação, do autoritarismo e do entreguismo, no lado oposto.

Um mar vermelho inundou as ruas e praças do país. De norte a sul pulsou o coração valente, demonstrando que ninguém segura o povo quando este abraça uma causa justa. No domingo, 26, este irreprimível entusiasmo popular, esta incontível força transformadora se pronunciarão nas urnas, consagrando a reeleição de Dilma Rousseff e a quarta vitória eleitoral consecutiva do povo brasileiro.