RS: Sim, Emília é competitiva, é o que mostra a pesquisa Ibope

Entre as muitas especulações que são típicas deste período pré-eleitoral, aquelas disseminadas pela "boa e velha boataria" e com origem e objetivos inconfessos, uma delas caiu neste domingo (6) com a divulgação da pesquisa Ibope para a eleição do Senado no Rio Grande do Sul: sim, Emília Fernandes é competitiva, basta ler corretamente o levantamento.

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Enquanto a pesquisa mostra o já esperado favoritismo, pelo menos neste momento, do jornalista e apresentador de TV Lasier Martins (PDT), os demais possíveis candidatos mais competitivos são do PMDB: Pedro Simon, Gemano Rigotto e José Fogaça, além de Emília (PCdoB), que aparece no mesmo patamar. Pelo PMDB que está indefinido, é claro, somente um concorrerá.

Lasier lidera em todos os cenários, com índices entre 38% e 40%. Em seguida, aparecem num patamar muito próximo entre si seus prováveis desafiantes. Simon, que atualmente é senador, dentre os peemedebistas é o que obtém o melhor percentual, 18%. Rigotto aparece com 13%, Fogaça 12%. Já a pré-candidata do PCdoB, Emília Fernandes, dependendo do cenário, aparece com percentuais que variam de 10% a 13%. É bom salientar que Emília, ex-senadora e ex-ministra, encontra-se há algum tempo fora dos holofotes. No último período atuava no Codesul, Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul.

Analisando o cenário em perspectiva, a disputa pela vaga do Senado não tende a ser fácil para aquele que aparece na frente nas pesquisas. O pré-candidato pedetista nunca atuou na política, mas sempre fez questão de deixar claro sua posição conservadora, nos comentários diários que fazia no principal veículo de comunicação de massas do estado. Posição que não combina com a tradição democrática de centro-esquerda dos trabalhistas. O tempo vai dizer, mas pode ser um gigante com os "pés de barro", afinal: o que mesmo defende Lasier Martins? De que lado está na política? Lasier, que sempre foi atirador, agora será alvo na disputa.

Por outro lado, o PCdoB acerta na sua estratégia ao colocar Emília na disputa pelo Senado, vaga já assegurada ao partido pelo PT. Trata-se de uma mulher que possui larga biografia, tendo sido sindicalista enquanto professora estadual, vereadora em Santana do Livramento, primeira senadora eleita no estado e ministra da Secretária Especial de Políticas para as Mulheres durante o governo Lula.

Se tem biografia, tem lado e um projeto alinhado com a continuidade e o aprofundamento das conquistas obtidas no plano nacional, com os 11 anos de governos da esquerda. Além disso, está alinhada com a pauta política do estado que iniciou a retomada do seu desenvolvimento nos últimos quatro anos. Emília deverá ser uma porta voz do projeto do PCdoB no Rio Grande do Sul, e estará ao lado de lideranças de peso, como a deputada federal e líder do partido Manuela d'Ávila, o deputado federal e líder dos trabalhadores, Assis Melo, e as promessas João Derly e o jornalista André Machado, entre outros. Também será a única mulher em condições na disputa pelo senado e a candidata de Dilma e Tarso no RS. Isso é pouco? Óbvio que não.

O PMDB tem uma escolha difícil a fazer: entre Simon, Fogaça, Rigotto e Ibsen Pinheiro. O partido parte de um posicionamento no RS que não favorece: aqui ainda não se definiu entre Aécio e Eduardo Campos, ambas são apostas de risco. O certo é que não estará com Dilma. Já o pré-candidato da sigla ao Piratini, José Ivo Sartori, aparece com apenas 5% na pesquisa, outro problema para a estratégia do PMDB.

Portanto, hoje não dá para se dizer que a eleição do Senado está encaminhada. Muito antes pelo contrário. Quem arriscar algum favoritismo pode queimar a língua, assim como alguns já queimaram ao questionar a competitividade de Emília Fernandes. Ela está no páreo sim, é o que diz o IBOPE, e é boa de briga.

Clomar Porto
Jornalista
Secretário de Comunicação – PCdoB RS