Século inacabado

O século 20 foi marcado por grandes transformações para a humanidade. Duas grandes guerras mundiais, crises econômicas, como a grande depressão pós-queda da bolsa de Nova York em 1929 e muitas ditaduras militares. O Brasil não ficou de fora, nós fomos partícipes de tudo que ocorreu naquele século, enviamos tropas na Segunda Guerra Mundial, vivenciamos ditaduras e, amargamos dissabores que a crise do petróleo trouxe nos anos de 1970 e, seus efeitos posteriores como inflação e desemprego.

Já o século 21 trouxe esperanças. A queda do muro de Berlim e o termino da Guerra Fria no final do século 20, suscitaram novas perspectiva para este século que logo assistiria entusiasticamente a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos. O Brasil entrou no ritmo dessas mudanças sociais, derrubou a inflação, elegeu um operário à presidência da república e, posteriormente uma mulher. Avançamos em programas sociais tirando milhões de pessoas da miséria e, pela primeira vez o Estado construiu políticas focalizadas para a população negra, esquecida em toda a
nossa história.

Porém, a crise econômica, intrínseca do século passado, até porque é uma crise do capitalismo, se materializou na bolha imobiliária americana derrubando bolsas, reacendendo velhos problemas econômicos. Contudo, antes mesmo dessa crise financeira, os estadunidenses, com seus aliados europeus, numa atitude arrogante e policialesca, interviram militarmente no leste europeu, na Guerra do Kosovo e se intitularam os administradores da Nova Ordem Mundial, quiseram ditar regras até no Oriente Médio.

A resposta da Rússia foi imediata: intervenções na Ucrânia na Geórgia e, recentemente um apontamento para uma possível aliança com a China, Irã e também com a Coréia do Norte, reacendendo a velha guerra fria.

Já, o Brasil como no passado, contaminado pela crise econômica internacional, se vê obrigado a tomar medidas amargas na economia e, as reações antigoverno com pedido de impeachment e da volta da ditadura militar nos faz crer que, o momento político atual, nunca esteve tão parecido com o do século 20, um século que parece não querer acabar.

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