Segurança pública é debatida na Baixada Fluminense

O evento, que aconteceu na Associação Comercial de São João de Meriti, reuniu deputados, vereadores e representantes de conselhos comunitários de segurança e de ONGs ligadas aos direitos humanos. Durante o encontro, Lindberg destacou que o tema preocupa muito, pois o atual governo tem investido em política de segurança apenas para o Rio do cartão postal, ou seja, a Barra da Tijuca e a Zona Sul:

“A Zona Sul conta com um policial para cada 150 habitantes. Na Baixada, a realidade é completamente diferente. Tem um policial para cada 1600 pessoas. É o mesmo que dizer que a vida de um cidadão da Zona Sul vale dez vezes mais que a da população da Baixada”, destacou o candidato.

Ele ressaltou que até em áreas onde já existem as UPPs ainda há insegurança: “No Complexo do Alemão, policial está sendo alvo de tiro. Daqui a pouco a polícia vai ser expulsa de lá.”

Se for eleito, Lindberg garante que fará uma arrumação na política de segurança do Estado:

“Não basta investir apenas em UPP. As áreas pacificadas precisam receber também programas voltados para a educação, cultura e projetos sociais. Além disso, é preciso reforçar os batalhões de São Gonçalo, Baixada e Zona Oeste.”

Para isso, Lindberg vai investir na formação dos profissionais e os novos policiais serão escalados para essas regiões:

“O crime está migrando para esses locais. A estatística de criminalidade na Zona Sul é comparada à da Europa: 5,3 homicídios a cada cem mil habitantes. No restante do estado, esse número é bem mais alto. Temos que levar essa política de segurança para todos.”

Sensação de insegurança

Participaram também do debate, o deputado federal Marcelo Matos, o prefeito de São João de Meriti, Sandro Matos, o ex-comandante da PM, Ubiratan Candido, e o presidente da Associação Comercial de São João de Meriti, Manoel Claro.

De acordo com o prefeito de São João de Meriti, Sandro Matos, a sensação de insegurança é muito grande. Diante disso, tem cobrado do governo do Estado providências para a região: “Cheguei a conversar com o próprio Beltrame, secretário de Segurança Pública. Com a chegada das UPPs, aumentou a violência na Baixada e a migração de bandidos. As pessoas estão com medo.”

Matos lembrou que no primeiro ano com UPPs, a violência diminuiu, mas depois subiu mais do que os índices anteriores. “Em 2007, eram 894 ocorrências. Em 2012, esse número reduziu para 677, mas este ano aumentou para 1.068.”

O número de policiais vem diminuindo. Segundo Ubiratan Candido, todo dia pelo menos um profissional pede para sair da incorporação, pois não há incentivo para a carreira. “Não é estimulante. Há uma concentração maior de policiais na Zona Sul do que nas outras regiões. Percebemos isso durante a Copa do Mundo e, daqui dois anos, perceberemos também na Olimpíada. Há uma inversão de prioridades.”