Mais de 8 milhões de colombianos votaram pela paz, afirma ELN

O Exército de Libertação Nacional (ELN) afirmou nesta segunda-feira (18) que o presidente recém eleito, o uribista Iván Duque, não pode se esquecer que mais de oito milhões de colombianos, ao votar no adversário dele, Gustavo Petro, votaram pela paz. O ELN é a última guerrilha em atividade na Colômbia e está, atualmente, em processo de negociação de paz com o governo.

Pablo Beltrán - Divulgação

“Uma imensa maioria do país não quer a guerra. Estes votos supõem uma brecha no sistema político tradicional, os votos conquistados por todas as forças políticas que apostam em uma mudança real”, afirmou o chefe das negociações por parte do ELN, Pablo Beltrán.

Beltrán disse ainda que, apesar de ter sido eleito pela oligarquia e representar os setores mais conservadores da Colômbia, Duque agora deve governar para todos os colombianos e, desta forma, não pode se esquecer que uma parcela considerável é contra a guerra.

“Se quer ser um o novo presidente dos colombianos, não pode ignorar o desejo de paz. Estes oito milhões de colombianos fizeram uma aposta pela paz e obrigam o governo colombiano e o ELN a trabalhar com mais intensidade para terminar com o conflito armado”, afirmou o guerrilheiro.

Beltrán destacou ainda que a paz não pode ser encarada como um “capricho” de um setor da sociedade e sim como o desejo coletivo de um povo que viveu mais de 50 anos sob a guerra.

Ressaltou ainda, que “a paz não se conquista simplesmente com o baixar dos fuzis”, uma vez que, o ELN já estabeleceu dois cessar fogo unilaterais e não teve a reciprocidade do governo colombiano.

Durante a campanha presidencial, Duque ameaçou diversas vezes “estraçalhar” o acordo de paz firmado entre a Farc (até então maior guerrilha da Colômbia) e o governo de Juan Manuel Santos, por isso há uma tensão agora sobre como será o processo de negociação de paz com o ELN que ainda não foi estabelecido.

O chefe do ELN acredita na força da mobilização popular para pressionar o governo de Duque a não seguir em frente com o objetivo de enfraquecer o acordo de paz.