O significado do 13 de março 

O país vive uma acirrada guerra política. A direita usa todas as suas armas para contornar o resultado adverso das urnas e voltar ao poder através de uma articulação golpista, que envolve a mídia hegemônica, o capital financeiro, os partidos conservadores e seus representantes instalados inclusive em parte das estruturas do Estado, como o Judiciário e o aparelho policial. Como se vê, adversários poderosos.

Cresce cada vez mais a virulência e o incentivo ao ódio contra o governo e contra a esquerda. O dia 15 de março será o desaguadouro de toda esta campanha, e as forças da reação estarão juntas para conduzir uma marcha contra o governo. O verdadeiro objetivo é obrigar a saída da presidenta reeleita e consagrar a volta de uma agenda neoliberal, antipopular e contra a soberania nacional. Diante disso, cabe a velha frase: “Em uma guerra, a primeira construção que caí é o muro”.

Se o dia 15 é anti-Dilma e pró-golpe, a manifestação do dia 13 não pode ser dúbia a este respeito: o que necessariamente tem que predominar são as palavras de ordem pela democracia e contra o golpe. As justas críticas ao ajuste fiscal e aos eventuais erros do governo devem ser feitas na medida correta, para não desvirtuar o que precisa ser o sentido principal do ato das forças progressistas: a explícita defesa do mandato da presidenta Dilma.

Cinicamente o PSDB, porta-voz do ideário neoliberal em nosso país, diz em suas propagandas na TV que Dilma traiu seus compromissos de campanha. Perguntamos: que compromissos são estes? Resposta: aqueles que o PSDB sempre combateu. Fica claro, portanto, que fortalecer esta cantilena, mesmo que com palavras mais hábeis, é cair na armadilha do inimigo e mostrar pouca compreensão sobre o que hoje está em jogo.

Em face da gravidade da situação, é inadmissível deixar-se levar por pressões meramente corporativas. Quem ceder a este erro será cobrado pela história. O momento é de alerta máximo e prontidão absoluta em defesa da legalidade, da democracia e do mandato da presidenta Dilma Rousseff, o que necessariamente deve se expressar com vigor e nitidez no ato do dia 13 de março.