Dilma e Lula em Pernambuco, a virada

Um mar vermelho de 30 mil pessoas tomou as ruas de Petrolina (PE) na última terça-feira (21), num dos mais marcantes atos desta campanha eleitoral que chega ao fim.

Nos braços do povo pernambucano, a presidenta e candidata à reeleição, Dilma Rousseff fez o desagravo do povo nordestino, ofendido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seu acólito Aécio Neves, candidato do PSDB e demais forças neoliberais e conservadoras à Presidência da República. Entre as forças que apoiam o tucano está o PSB do governador eleito, Paulo Câmara.

“Esta é uma das mais importantes regiões deste país, apesar do que acham os tucanos. Eles dizem que os votos que tivemos aqui foram de pessoas ignorantes. Nós somos ignorantes porque ignoramos os tucanos. Nós não reconhecemos os tucanos como alguém que fez uma política em favor de nenhum estado brasileiro, muito menos do Nordeste”, afirmou a presidenta, ressaltando o valor do povo da região.

Foi também apoteótica a passagem da presidenta pela cidade de Goiana , o que provocou a irritação do governador eleito do estado. Ele condenou o que chamou de "uso eleitoral" da fábrica da Fiat que está sendo implantada.

Generosa, flexível, demonstrando a sabedoria da estadista, a presidenta afirmou mais tarde em Recife, onde também teve uma entusiástica acolhida popular: “Tem gente dizendo que nós não iremos fazer parceria com governadores eleitos, quero dizer que respeitamos os governadores eleitos porque respeitamos o povo que os elegeu. Aqui em Pernambuco vamos manter nossa parceria, porque quem elegeu foi o povo sofrido de todo o estado”, disse.

A passagem de Dilma e Lula por Pernambuco tem importância decisiva na reta final da campanha. A adesão que a candidatura de Dilma obteve desvanece de uma vez por todas as veleidades dos tucanos e seus aliados do PSB de que poderiam alcançar nesta terra de tantas tradições revolucionárias uma votação que neutralizasse a enorme vantagem da coligação Com a Força do Povo em toda a região Nordeste. Já seria difícil que algum estado nordestino faltasse a Lula e Dilma. Mas é impossível que o faltoso, o desleal, o traidor, caso houvesse, fosse a terra sagrada de Henrique Dias, Filipe Camarão, André Vidal de Negreiros, Frei Caneca, Abreu e Lima, Gregório Bezerra e Miguel Arraes. Não cabem dúvidas de que a presidenta Dilma, continuadora da obra do presidente que dedicou a máxima atenção a Pernambuco, obterá ali uma votação consagradora.

O povo pernambucano está onde sempre esteve, apoiando nacionalmente as forças progressistas. Quem mudou de lado, numa operação de transformismo político e oportunismo de direita, foi a cúpula do PSB, culminando um processo de “suicídio político-ideológico”, na feliz expressão do ex-presidente do partido, Roberto Amaral, que condenou em termos veementes a adesão à direita com a decisão de apoiar a candidatura de Aécio Neves.

As ações da campanha de Dilma em Pernambuco na última terça-feira consolidam a virada, demonstrando mais uma vez  que quando o povo abraça uma causa, abre-se o caminho da boa luta e da vitória.

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