Escândalo do Laranjal: Agenda de Bolsonaro exclui ministro Bebianno

Após admitir publicamente que pode demitir o secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, Bolsonaro o excluiu da agenda desta quinta (14) no Palácio do Alvorada, onde passou a despachar desde quando saiu da internação.

Por Iram Alfaia
 

Laranjal

Esperava-se que uma das primeiras iniciativas dele era chamar o ministro para debater o chamado escândalo do laranjal do PSL, partido de Bolsonaro que destinou recursos públicos do Fundo Partidário para supostas candidaturas laranjas.

Por ter sido o dirigente do partido no processo eleitoral, Bebianno está sendo responsabilizado pelas presumidas falcatruas com os recursos do Fundo, o que ele nega.

A crise chegou ao ápice quando o ministro declarou à imprensa que não existia crise e que já havia falado com o presidente sobre o assunto. O vereador Carlos Bolsonaro chamou o ministro de mentiroso no Twitter sobre o fato de ele ter falado com o seu pai.

Após sair da internação, Bolsonaro deu entrevista à TV Record admitindo uma possível demissão de Bebianno.

"Se estiver envolvido, logicamente, e responsabilizado, lamentavelmente o destino não pode ser outro a não ser voltar às suas origens. Em nenhum momento conversei com ele", afirmou. Ele disse também que acionou a PF para apurar as denúncias.

No Congresso a reação foi imediata. A atual líder da Minoria na Câmara, Jandira Fegalhi (PCdoB-RJ) fez um desafio: “Afinal, Governo Bolsonaro, você irá demitir Bebianno ou ficará tuitando (você ou seu filho?) numa espécie de lavagem de roupa pública e insinuando intimidações? Parece que a denúncia da reportagem da Folha sobre o suposto esquema de laranjas no PSL vai render mesmo”.

O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS) acredita que se o ministro for demitido haverá retaliações. “Em meio ao laranjal do PSL e sob fogo do clã Bolsonaro, Bebianno pode cair atirando”, escreveu na sua conta no Twitter.

Agenda

Ao mesmo até às 15h desta quinta (14), na agenda de Bolsonaro consta o recebimento das seguintes autoridades: Ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Santos Cruz; ministro de Estado do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto; líder do Governo na Câmara, Major Vitor Hugo; ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; e o ministro da Economia, Paulo Guedes.