Eletricitários conseguem barrar votação de urgência no Senado

A votação do regime de urgência do PLC 77/18, que trata da privatização de cinco empresas de distribuição de energia da Eletrobras, foi suspensa no Senado na tarde desta terça-feira (7). A interrupção no trâmite acelerado da proposta foi fruto de intensa articulação dos dirigentes sindicais que compõem o Conselho Nacional dos Eletricitários (CNE).

eletrobras - Reprodução da Internet

Desde antes do recesso, o CNE vem fazendo “corpo a corpo” com os senadores, mas a partir da semana passada os encontros se intensificaram. “Essas conversas diretas com os parlamentares surtiram efeito. Conseguimos mais uma vitória importante para a categoria eletricitária, assim como para toda a sociedade brasileira. Vender essas empresas significa disparar o preço da conta de luz e isso não podemos aceitar”, defende o dirigente sindical Victor Frota.

O dirigente sindical avalia que a proposta só deve voltar a ser discutida na última semana de agosto.

Pelo que está colocado, o governo Temer (MDB) não terá vida fácil no Senado. Os dirigentes sindicais estão muito mobilizados. Além disso, a proposta vem sofrendo revés dentro da própria base aliada e até mesmo de integrantes do próprio partido de Temer. Ontem, os senadores do MDB, Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM) fizeram duras críticas ao PLC 77.

“Eu, sinceramente, acho que não tem sentido o governo correndo contra o tempo na reta final para se desfazer do patrimônio público a preço de banana”, disparou o senador alagoano.

O senador amazonense também não aliviou. “Se você privatizar dessa maneira, o consumidor pagará, de um jeito ou de outro, ou porque a conta de energia vai ficar impagável ou porque não haverá investimentos”, disse.