Bolsonaro barra jornais e agências de notícias na primeira coletiva

O presidente eleito Jair Bolsonaro parece seguir o estilo de Donald Trump ao hostilizar veículos de comunicação que para ele sejam “indignos”. Em sua primeira entrevista coletiva, não poderem participar jornais da chamada Grande imprensa, agências internacionais e até mesmo a emissora oficial do governo federal, a TV Brasil. O motivo alegado foi a falta de espaço.

Coletiva Bolsonaro - Foto: Reprodução

A primeira coletiva de Jair Bolsonaro (PSL), ocorreu na tarde desta quinta-feira, 1º, em sua casa na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em uma lista regulada por uma policial federal na porta do condomínio, Bolsonaro só permitiu que emissoras de TV (menos a TV Brasil), algumas rádios e dois sites entrassem. Os jornais O Estado de São, Folha de São Paulo e O Globo, assim como as agências internacionais não puderam passar da guarita do condomínio, segundo informou o próprio Estadão.

O credenciamento foi feito pelo assessor Tercio Arnaud Tomaz, funcionário da campanha de Bolsonaro, mas lotado no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PSC), na Câmara do Rio. Por mensagens pelo Whatsapp, Tercio respondeu aos jornalistas dos veículos barrados que eles não poderiam entrar “por questões de espaço”. Pelo menos 20 repórteres e suas equipes entraram no local. Bolsonaro tem usado sua casa para receber grupos de parlamentares e apoiadores.

Quando jornalistas que participaram da coletiva lhe perguntaram por que alguns veículos tinham sido barrados, Bolsonaro respondeu que “não sei quem marcou isso (coletiva)" e que não mandou restringir ninguém. Desde o episódio da facada, Bolsonaro não tem concedido entrevistas a jornais impressos e privilegiado meios eletrônicos, como emissoras de televisão e rádio.

Ao falar sobre o papel da imprensa, Bolsonaro destacou que foi eleito graças às redes sociais, numa demonstração de sintonia com o presidente dos Estados Unidos, que também privilegia a internet como principal meio de comunicação. Para Bolsonaro "quem vai fazer a seleção sobre qual imprensa vai sobreviver é própria própria população". Reforçou ainda que "a imprensa que não entrega a verdade para trás".