Sem categoria

Ana Istarú: Moeda

Por ocasião do 8 de Março – Dia Internacional da Mulher, o Prosa, Poesia e Arte publica uma tradução inédita do poema Moeda, da costarriquenha Ana Istarú – uma das principais escritoras em atividade na América Latina. Sua obra poética é conhecida pela perspectiva feminina do erotismo e da vida em geral.

Encontro

Nascida em 3 de fevereiro de 1960 em San José, capital da Costa Rica, Ana Istarú (pseudônimo de Ana Soto Marín) é atriz e também uma das mais destacadas escritoras de seu país na atualidade. Por sua poesia, ainda praticamente inédita no Brasil, ela já recebeu diversas honrarias internacionais.

A autora também é reconhecida por atuar como dramaturga e jornalista. Entre suas obras mais importantes estão as coletâneas de poemas Verbo Madre (1995) e La Estación de Fiebre y Otros Amaneceres (1991). A tradução de Moeda – que segue abaixo – é do poeta e professor de Literatura da Universidade Brasília (UNB) Alexandre Pilati, colaborador do Prosa, Poesia e Arte.

Moeda
(Ana Istarú)

Gosto de te ver,
moeda,
feito uma lua
na água lenta da mão,
menina
de sons redondos,
rio inconcluso e prateado,
porque tens o calor
suave que recolhes
nas mãos
de todos os homens
de todas as cidades
e todos os campos,
pois tua estrepitosa presença
de relâmpagos
com o sangue de todos
vai enchendo minha mão.