Venezuela denuncia os Estados Unidos ante a ONU

O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, denunciou nesta terça-feira (26) o governo dos Estados Unidos perante o Conselho de Segurança da ONU por financiar, organizar e liderar uma “intervenção brutal” contra a nação sul-americana.

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Durante a sessão do órgão multilateral, solicitada justamente pela representação norte-americana, Arreaza criticou as manobras de Washington e de seus aliados para intervir em território venezuelano, sob o pretexto de ajuda humanitária.

“Este fim de semana houve uma operação bem orquestrada para violar a soberania da Venezuela, disse o ministro das Relações Exteriores”, declarando que as forças de segurança pública e militar controlaram essa situação sem o uso de força letal.

O chefe da diplomacia venezuelana também repudiou o uso do território colombiano para executar uma agressão e destacou que os grupos de vandalismo responsáveis por atos desestabilizadores na fronteira agiram sob o olhar cúmplice das autoridades daquele país.

Arreaza descreveu a chamada ajuda humanitária como uma manobra de propaganda, enquanto condenava o uso de emblemas internacionais como a da Cruz Vermelha, sem a autorização desta organização, como parte do que chamou de operação de “falsa bandeira”.

“Denunciamos a mobilização de tropas militares no Caribe e as compras de armas na Europa Oriental para serem destinadas à oposição e gerar uma intervenção na Venezuela”, disse o chanceler, destacando que parte da suposta carga de assistência ao povo venezuelano continha material para promover atos de violência.

O diplomata instou o Conselho de Segurança da ONU a emitir uma declaração condenando o uso da força contra a nação sul-americana para acabar com o zelo guerreiro do governo de Washington, lembrando que a organização surgiu para manter a paz.

Ressaltou que, através do diálogo, deve-se encontrar uma solução para a situação política do país sul-americano e, nesse sentido, recordou o Mecanismo de Montevidéu, proposto pelo México, pelo Uruguai e pelos países da Comunidade do Caribe.

Ele também ressaltou que a tentativa de golpe promovida pelas facções de oposição lideradas pelo presidente autoproclamado e ilegítimo Juan Guaidó, reconhecido pelos Estados Unidos e vários de seus aliados internacionais, fracassou.

A esse respeito, Arreaza pediu ao Conselho de Segurança da ONU que convoque a oposição venezuelana para participar de um processo de conversações para resolver as diferenças políticas na nação sul-americana.