Mandatários do novo governo influenciaram votação de MP do saneamento

A comissão mista no Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (31) a Medida Provisória (MP) 844/2018, que altera o marco legal do saneamento básico no Brasil. A atuação da Frente Nacional em defesa do Saneamento Básico não conseguiu impedir a votação. De acordo com a Frente, a aprovação na comissão abre caminho para a privatização da água no Brasil. A MP perde validade no dia 19 de novembro. Ainda será votada nos plenários da Câmara e do Senado.

Saneamento básico - Carolina Gonçalves/Agência Brasil

O Sindicato dos Trabalhadores em Água , Esgoto e Meio-Ambiente de São Paulo (Sintaema) denunciou interferência da bancada ligada ao novo presidente eleito. "Vale ressaltar que a Frente presenciou um profundo desrespeito ao regimento interno e uma forte participação e interferência dos mandatários do novo governo que já ocupam as casas legislativas". 

Na opinião do deputado Bohn Gass (PT-RS), o povo mais pobre será prejudicado com a aprovação da MP, que determina que os municípios realizem licitação para executar obras de água e esgoto. Na opinião da Frente e de parlamentares isso significa a privatização do setor.

"Quando o governo Michel Temer apresentou essa medida provisória, as entidades deram um nome para ela: pelo conteúdo nefasto, ficou conhecida como MP da Sede e da Conta Alta. Ela vai acabar com subsídios e impedir que o povo pobre do país tenha água. A água, que é um bem público, vai ser privatizada. Quem tiver dinheiro, pague", afirmou o deputado Bohn Gass (PT-RS) em matéria publicada na Agência Senado.