Haddad: Fim do 13º é o próximo passo da reforma trabalhista

O candidato a presidente pelo PT, Fernando Haddad, está em Goiânia para ações de campanha e durante entrevista criticou as declarações do candidato a vice-presidente na chapa de Jair Boilsonaro (PSL), Hamilton Mourão (PRTB), que defendeu o fim décimo-terceiro salário, ao que chamou de "jabuticaba" e o fim do adicional de férias para os trabalhadores.

Haddad em Goiás - Ricardo Stuckert

"Agora esse Bolsonaro quer tirar o 13º, gente. Olha que ideia de jerico. Ideia de jerico. O 13º está na Constituição Federal. Aí ele falou: 'o meu vice não entende de Constituição'. Pô, então, troca o vice, filho. Escolheu mal, troca o vice", disse Haddad. "Se você escolheu mal, você tem que trocar", disse Haddad.

Na crítica a Bolsonaro, Haddad também fez menção aos que, para ele, são candidatos do atual presidente, Michel Temer (MDB): Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB). "Vejam o que eles estão fazendo. O Alckmin e o Meirelles começaram a reforma trabalhista para tirar o direito de vocês", comentou. Na sequência, ele começou a criticar Bolsonaro e seu vice. "Esse é o recado que eu quero deixar. Tudo está em jogo no Brasil. Tudo está em risco no Brasil se a gente votar errado."

O candidato do PT, que vence Bolsonaro no segundo turno segundo a pesquisa Ibope, defendeu também maior atuação do governo federal no combate à violência contra a mulher. Haddad relatou que a estratégia usada quando era prefeito na cidade de São Paulo foi fazer um acompanhamento das mulheres agredidas, devido às especificidades da violência doméstica.

"Se não houver uma pró-atividade do estado para acompanhar a mulher que foi pela primeira vez agredida, muitas vezes a violência vai se perder porque ela vai ficar com medo de representar contra o seu companheiro ou contra a pessoa que a está agredindo. Esse acompanhamento é muito importante. No caso de São Paulo foi feito pela guarda civil metropolitana com bons resultados. Nós queremos disseminar essa experiência pelo país".

Haddad foi recebido pela candidata do PT ao governo de Goiás, Kátia Maria. Haddad afirmou ainda que deve "olhar para o Centro-oeste" durante seu governo, se referindo à força da economia do agronegócio. "Nós entendemos que têm algumas tarefas a cumprir. Primeira delas: melhorar a logística, o que significa segurança hídrica, e escoamento, estradas de rodagem, estradas de ferro para que a produção possa escoar. E apoiar muito a Embrapa. A pesquisa está muito secundarizada neste governo, está largada sem apoio do governo federal", disse Haddad.